Milhares de pessoas se manifestaram neste sábado (30) em Paris e em várias cidades francesas para pedir o fim do estado de emergência decretado pelo governo depois dos atentados que deixaram 130 mortos na capital francesa desde novembro. Em Paris, cerca de 5.500 pessoas, segundo a polícia, enfrentaram uma forte chuva na praça da República.
“Até quando vai durar o estado de emergência? Até que o Daesh acabe? Dentro de dez anos”, questiona uma das manifestantes, usando o acrônimo em árabe do grupo terrorista Estado Islâmico (EI). Para os organizadores das manifestações, como a Liga de Direitos Humanos e vários sindicatos, o estado de emergência prejudica e compromete as liberdades em nome de uma segurança hipotética.
Na quarta-feira (27), a mais alta jurisdição administrativa francesa, o Conselho de Estado, recusou-se a suspender o estado de emergência declarado após os atentados de novembro em Paris, conforme solicitado pela Liga dos Direitos Humanos, justificando a manutenção de “ameaça terrorista”.
O tribunal considerou em um comunicado que “o perigo iminente justificando o estado de emergência não desapareceu, dada a continuidade da ameaça terrorista e o risco de ataques”.
Em audiência realizada na terça-feira (26), a Liga dos Direitos Humanos solicitou ao Conselho de Estado “suspender a totalidade ou parte” deste regime excepcional e “exigir que o presidente da República reavalie as circunstâncias de fato e de direito” que levaram à sua implementação.
Os ataques jihadistas de 13 de novembro de 2015 fizeram 130 mortos em Paris, o que levou o governo socialista a mudar sua política de segurança.
Promulgado na sequência dos ataques, o estado de emergência reforça os poderes da polícia, além de permitir operações de busca e apreensão domiciliar de dia ou de noite sem a necessidade de um aval judicial. O governo francês pretende estender o regime, que deveria terminar no dia 26 de fevereiro, pela segunda vez, o que faria com que a situação durasse mais três meses.
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