Por ser uma das únicas construções grandes da cidade que ficaram de pé, a base das tropas brasileiras no Haiti recebeu milhares de pessoas à procura de ajuda e informações na tarde de ontem.
Criada em 2004, após a destituição do presidente haitiano Jean-Bertrand Aristide, a Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah) tem por objetivo ajudar na segurança do país e desenvolver a polícia local. São cerca de 1.100 militares brasileiros, que lideram a missão, de um total de 7.000 militares de todo o mundo.
Até o fim de 2009, o Brasil investiu R$ 705 milhões na missão, pela qual já passaram cerca de 12 mil militares brasileiros.
O desastre de terça-feira não deve atrapalhar os planos de envio de 175 militares da 15.ª Brigada de Infantaria Motorizada, de Cascavel, no Oeste do Paraná, que partem em julho para compor a missão. Do grupo, o único oficial que já se encontra no país é o sargento Edivandro Francisco Granja de Andrade, que trabalha como intérprete.
Na manhã de ontem, o comando da unidade militar fez contato com ele. "Não houve problemas e ele está auxiliando no resgate das vítimas", diz o coronel Marcelo de Oliveira Santos.
A reportagem tentou entrar em contato com os familiares, mas ninguém atendeu ao telefone. Além de militar, o sargento se destaca como esportista disputando competições de atletismo.
Treinados para a calamidade
Os militares paranaenses encontrarão o Haiti em situação caótica, mas, de acordo com o coronel Santos, a preparação da tropa inclui treinamentos para situações de calamidades. Nos testes aos quais o grupo é submetido, são criadas circunstâncias semelhantes às que os militares encontrarão no Haiti. "Eles são treinados dentro de situações que vão viver lá", afirma o oficial.
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