A ministra peruana da Mulher, Carmen Vildoso, apresentou sua renúncia ao presidente Alan García na noite de segunda por desacordo com relação à forma como o governo conduziu os brutais confrontos entre policiais e indígenas, nos quais mais de 30 pessoas morreram. "A ministra Carmen Vildoso apresentou sua carta de renúncia irrevogável ao presidente Alan García na noite de segunda-feira por discordar da formar como o governo manejou o conflito com os indígenas amazônicos e o enfrentamento de sexta-feira", disse hoje um funcionário do alto escalão do ministério.
A saída de Vildoso é a primeira desde a posse do segundo gabinete ministerial chefiado pelo primeiro-ministro Yehude Simon, há 11 meses. No entanto, o funcionário do ministério acrescentou que o presidente Alan García não aceitou a renúncia da ministra. Ontem, indígenas amazônicos mantinham bloqueada a via que une as cidades de Tarapoto e Yurimaguas, na região de San Martín, mas negociações com a Defensoria do Povo decidiram que a estrada seria desbloqueada por quatro horas nesta terça, para permitir a passagem de alimentos e combustíveis
Na sexta-feira, a Amazônia peruana foi palco da morte de 23 policiais, cinco indígenas e quatro civis, segundo informações oficiais. Representantes indígenas afirmam que mais de 20 nativos morreram nos confrontos ocorridos a mais de 700 quilômetros de Lima.
Os protestos, qualificados pelo governo como "barbárie", podem se intensificar com uma mobilização nacional de povos indígenas prevista para quinta-feira, à qual se uniriam sindicatos, organizações políticas de esquerda e outros grupos. Os nativos exigem a revogação de decretos governamentais que enfraqueceriam seus direitos sobre terras ancestrais ao permitir explorações de petróleo e gás por companhias transnacionais.
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