Buenos Aires - A ministra argentina de Segurança, Nilda Garré, vai ter de explicar na Justiça os motivos pelas quais não tentou evitar o bloqueio que impediu a circulação da edição dominical dos jornais Clarín e Olé, e provocou atrasos na distribuição do La Nación. O juiz civil Gastón Matías Polo Oliveira intimou a ministra para justificar o não cumprimento da determinação legal que garante a circulação dos jornais. A intimação dá um prazo de três dias a Garré para prestar os esclarecimentos.

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Em entrevista a uma rádio de Buenos Aires, a ministra criticou o bloqueio. Mas ela reforçou a estratégia do governo de Cristina Kirchner de se desvincular do caso, atribuindo o bloqueio a um problema sindical com as empresas. "Se há alguém que aproveita o conflito sindical para outra coisa, a verdade é que repudio essa possibilidade, mas creio que, de qualquer forma, a liberdade de imprensa não está afetada", disse a ministra, negando que tenha sido omissa, como acusou o Clarín. "Eu não permiti nenhum bloqueio", disse, acrescentando que "a liberdade de expressão no país está totalmente garantida".

Medida cautelar

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O editor-geral adjunto do Clarín, Ricardo Roa, garantiu que "não existe nenhum conflito trabalhista ou pendência com sindicatos em nenhuma das empresas do Clarín". Independentemente das causas que levaram ao bloqueio, o Grupo Clarín obteve, em 21 de janeiro, uma medida cautelar para garantir as providências necessárias que impedissem qualquer tipo de bloqueio à empresa, onde os jornais Clarín e Olé são impressos. O Clarín recorreu à Justiça após ter sofrido quatro bloqueios anteriores, sendo que um deles durou seis noites. Todos provocaram atrasos na distribuição dos jornais e impediram a circulação parcial de exemplares. O La Nación também foi alvo de bloqueios.