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Pandemia

Ministro argentino estima 100 mil casos da nova gripe no país

Presidente argentina Cristina Kirchner (centro) acompanhada pelo ministro da Saúde Juan Manzur (esq.) visita contaminados pelo nova gripe em hospital público de Buenos Aires | Enrique Marcarian / Reuters
Presidente argentina Cristina Kirchner (centro) acompanhada pelo ministro da Saúde Juan Manzur (esq.) visita contaminados pelo nova gripe em hospital público de Buenos Aires (Foto: Enrique Marcarian / Reuters)

O número de casos de gripe A (H1N1) na Argentina superou o registrado nos dois países mais atingidos pela doença, Estados Unidos e México, segundo estimativas do ministro da Saúde argentino, Juan Manzur, que acredita já serem 100 mil pessoas contaminadas. O número ainda é contestado, mas já provoca alarme no país. Até então, 1.587 pessoas contraíram a doença no país, segundo a OMS.

O secretário da Saúde local, Cláudio Zin, indicou que este fim de semana será "crucial" para avaliar possíveis "medidas drásticas para frear os contágios".

"Vou esperar até segunda-feira. Se a quantidade de casos diminuir, não tomarei nenhuma medida. Mas, caso aumentem, terei de refletir", sustentou. Ele garantiu que as autoridades "monitoram a situação", mas reconheceu que "há muita gripe circulando".

A presidente argentina se mostrou incomodada com a divulgação dos número pelo imprensa e pediu que os meios de comunicação ajam com "muitíssima responsabilidade" para evitar o pânico.

"Devemos fazer um exercício de prudência e responsabilidade muito grande", disse Cristina, em um hospital da comunidade de Malvinas Argentinas, na Grande Buenos Aires. A presidente ponderou que, "diante de uma nova pandemia", é necessário "tomar medidas com base em critérios científicos".

Em um cartaz exposto na entrada de um hospital argentino, lê-se "se você tosse e tem febre, peça um máscara (cirúrgica)". Dois enfermeiros distribuem as máscaras na tentativa de impedir que os possíveis pacientes contaminados com o vírus H1N1 não passem a doença aos outros, informa a edição digital do jornal espanhol "El País". Segundo o jornal, o esforço é praticamente em vão, pois a maioria tosse como cachorro e o mais provável é que tenha contraído o vírus.

A pandemia está completamente descontrolada na Argentina, em especial Buenos Aires. Os cidadãos começam a acreditar que as autoridades foram irresponsáveis.

O novo ministro da Saúde, Juan Manzur, anunciou que o governo passará a usar equipamentos que permitirão obter diagnósticos de casos da gripe em no máximo quatro horas.

"Parece mentira. Os mexicanos foram muito mais sérios do que a gente. É um desastre", se queixou Maria Elena, uma enfermeira do hospital visitado pelo jornal.

"Pedimos às pessoas que comprem álcool em gel e que lavem as mãos continuamente, além usar máscaras quando foram utilizar transportes coletivos", diz a enfermeira. O resultado: não há mais álcool em praticamente nenhuma farmácia da capital e as máscaras já se esgotaram.

E de acordo com o "El País", não há nenhum movimento por parte do governo para aumentar a produção de álcool e máscaras.

"Já fui a oito farmácias e desisti", afirma Rubén Mateo. Ele colocou na porta de um dos estabelecimentos um cartaz comunicando que o álcool não chegará, provavelmente, até a semana que vem

Os argentinos começaram a se dar conta agora sobre a pandemia. Oficialmente, há 44 mortos, mas a maioria dos meios de comunicação fala em 55 (há uma semana eram 28 mortes registradas). Grande parte da população acredita que o governo está escondendo a informação.

"Foi uma desgraça: a explosão da epidemia coincidiu com a campanha eleitoral e todo mundo ficou mais preocupado com os resultados das eleições do que com o que estava acontecendo nos hospitais", informou a ex-ministra da Saúde Gabriela Ocaña, que renunciou ao cargo na segunda-feira.

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