O número de casos de gripe A (H1N1) na Argentina superou o registrado nos dois países mais atingidos pela doença, Estados Unidos e México, segundo estimativas do ministro da Saúde argentino, Juan Manzur, que acredita já serem 100 mil pessoas contaminadas. O número ainda é contestado, mas já provoca alarme no país. Até então, 1.587 pessoas contraíram a doença no país, segundo a OMS.
O secretário da Saúde local, Cláudio Zin, indicou que este fim de semana será "crucial" para avaliar possíveis "medidas drásticas para frear os contágios".
"Vou esperar até segunda-feira. Se a quantidade de casos diminuir, não tomarei nenhuma medida. Mas, caso aumentem, terei de refletir", sustentou. Ele garantiu que as autoridades "monitoram a situação", mas reconheceu que "há muita gripe circulando".
A presidente argentina se mostrou incomodada com a divulgação dos número pelo imprensa e pediu que os meios de comunicação ajam com "muitíssima responsabilidade" para evitar o pânico.
"Devemos fazer um exercício de prudência e responsabilidade muito grande", disse Cristina, em um hospital da comunidade de Malvinas Argentinas, na Grande Buenos Aires. A presidente ponderou que, "diante de uma nova pandemia", é necessário "tomar medidas com base em critérios científicos".
Em um cartaz exposto na entrada de um hospital argentino, lê-se "se você tosse e tem febre, peça um máscara (cirúrgica)". Dois enfermeiros distribuem as máscaras na tentativa de impedir que os possíveis pacientes contaminados com o vírus H1N1 não passem a doença aos outros, informa a edição digital do jornal espanhol "El País". Segundo o jornal, o esforço é praticamente em vão, pois a maioria tosse como cachorro e o mais provável é que tenha contraído o vírus.
A pandemia está completamente descontrolada na Argentina, em especial Buenos Aires. Os cidadãos começam a acreditar que as autoridades foram irresponsáveis.
O novo ministro da Saúde, Juan Manzur, anunciou que o governo passará a usar equipamentos que permitirão obter diagnósticos de casos da gripe em no máximo quatro horas.
"Parece mentira. Os mexicanos foram muito mais sérios do que a gente. É um desastre", se queixou Maria Elena, uma enfermeira do hospital visitado pelo jornal.
"Pedimos às pessoas que comprem álcool em gel e que lavem as mãos continuamente, além usar máscaras quando foram utilizar transportes coletivos", diz a enfermeira. O resultado: não há mais álcool em praticamente nenhuma farmácia da capital e as máscaras já se esgotaram.
E de acordo com o "El País", não há nenhum movimento por parte do governo para aumentar a produção de álcool e máscaras.
"Já fui a oito farmácias e desisti", afirma Rubén Mateo. Ele colocou na porta de um dos estabelecimentos um cartaz comunicando que o álcool não chegará, provavelmente, até a semana que vem
Os argentinos começaram a se dar conta agora sobre a pandemia. Oficialmente, há 44 mortos, mas a maioria dos meios de comunicação fala em 55 (há uma semana eram 28 mortes registradas). Grande parte da população acredita que o governo está escondendo a informação.
"Foi uma desgraça: a explosão da epidemia coincidiu com a campanha eleitoral e todo mundo ficou mais preocupado com os resultados das eleições do que com o que estava acontecendo nos hospitais", informou a ex-ministra da Saúde Gabriela Ocaña, que renunciou ao cargo na segunda-feira.
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