O ministro das Finanças da Índia, Palaniappan Chidambaram, vai deixar seu cargo para se tornar o novo ministro do Interior após a renúncia de Shivraj Patil na onda dos ataques ocorridos em Mumbai, disse o governo no domingo.

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Amplamente criticado após uma série de bombardeios em cidades indianas, Patil renunciou no dia seguinte em que soldados acabaram com três dias de violência na capital financeira, Mumbai, o que matou quase 200 pessoas.

Em um comunicado, o governo informou que o primeiro-ministro Manmohan Singh vai assumir a pasta de Finanças por enquanto. Não foram divulgados mais detalhes.

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Neste domingo, Mumbai limpava as ruas nas quais atiradores islâmicos aterrorizaram e mataram quase 200 pessoas, enquanto a revolta surgia na Índia com as supostas ligações dos terroristas com o Paquistão.

Autoridades indianas disseram que a maioria, senão todos os dez terroristas islâmicos que tomaram Mumbai de assalto com rifles e granadas vieram do Paquistão.

A Índia declarou neste domingo ter provas de um elo paquistanês com os ataques, levantando a possibilidade de um rompimento nas negociações de paz que se desenrolam desde 2004. Os dois países lutaram três guerras desde 1947.

"Vamos reforçar a segurança para um nível de guerra como jamais fizemos antes", disse Sriprakash Jaiswal, ministro de assuntos internos, à Reuters neste domingo.

O Paquistão também disse que mobilizaria tropas de sua fronteira ocidental com o Afeganistão, onde forças de segurança lutam contra combatentes da Al Qaeda e do Taliban como parte da campanha americana, para a fronteira indiana se a tensão aumentar.

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Uma autoridade em Islamabad disse que os próximos dois dias serão cruciais para as relações dos vizinhos nucleares. O Paquistão condenou os ataques e negou qualquer envolvimento de órgãos estatais.

O presidente paquistanês, Asif Ali Zardari, disse que iria agir rapidamente diante de qualquer evidência de envolvimento paquistanês.

Comandos do grupo de elite Gato Netro mataram o último dos atiradores no sábado depois de três dias lutando quarto a quarto dentro do hotel Taj Mahal, um de vários marcos tomados em ataques coordenados na noite de quarta-feira.

Centenas de pessoas, muitas delas ocidentais, foram aprisionadas ou tomadas como reféns enquanto os atiradores lançavam granadas ou disparavam indiscriminadamente. Pelo menos 22 dos mortos eram estrangeiros, incluindo executivos e turistas.

Nove atiradores e vinte policiais e soldados também morreram. Um décimo militante foi preso com vida.

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O presidente americano, George W. Bush, disse no sábado estar acompanhando de perto os ataques em Mumbai e prometeu "apoio total" à Índia durante as investigações.

O Ministério do Interior indiano disse que o saldo oficial de mortes em Mumbai é de 183 pessoas. Anteriormente as autoridades da cidade haviam dito que pelo menos 195 pessoas foram mortas e 295 feridas.

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