O ministro da Economia do Japão, Kaoru Yosano, manteve hoje o otimismo de que a economia japonesa irá se recuperar até o fim do ano, mesmo após o Escritório do Gabinete ter afirmado que o país deixou o processo de recuperação após ter sofrido o impacto do terremoto de 11 de março.
"Embora a economia japonesa estivesse se recuperando, ela mostrou fraqueza recentemente devido à influência do grande terremoto no Japão", afirmou o Escritório do Gabinete em seu relatório econômico mensal para abril, marcando o primeiro rebaixamento de sua avaliação econômica em seis meses. Um funcionário do Escritório do Gabinete afirmou que, apesar do Japão não ter entrado em recessão, a recuperação econômica do país está claramente parada. A recuperação "é agora um pensamento do passado", acrescentou.
No entanto, Yosano declarou que espera que o impacto do desastre será de curto prazo. "Muitos economistas veem uma recuperação da economia no final do ano", disse Yosano em entrevista à imprensa. "Espero que seja o caso", completou, acrescentando que o maior risco que a economia enfrenta é a falta de energia.
Muitas usinas foram danificadas pelo terremoto de magnitude 9,0 e o subsequente tsunami. O fornecimento de energia nas regiões atingidas pelo desastre deverá ficar muito aquém da demanda, especialmente no verão. O terremoto e o tsunami também danificaram as instalações de produção em todo o norte do país e afetaram as cadeias de abastecimento, enquanto a crise nuclear na usina de Fukushima piorou a confiança das empresas e do consumidor.
Embora Yosano tenha dito que a cadeia de abastecimento será restaurada provavelmente em poucos meses, e que a reconstrução das áreas devastadas pelo terremoto levará vários anos, ele não soube dizer quanto tempo o efeito da crise nuclear vai durar. "Eu não consigo calcular o problema da usina nuclear", disse ele.
Para apoiar as zonas devastadas pelo terremoto, que deixou mais de 27 mil mortos e desaparecidos, o governo vai elaborar um orçamento extra, segundo o relatório. Ele não deu detalhes, mas membros do partido no poder disseram que estão planejando criar uma orçamento de 4 trilhões de ienes.
Os economistas pintaram um quadro pessimista para a economia japonesa no curto prazo. Uma pesquisa da Associação de Planejamento Econômico com 43 economistas mostrou que eles esperam, em média, que a economia contrairá 2,83%, em termos anualizados, no trimestre abril-junho em comparação com o mesmo período do ano anterior. Para este ano fiscal, que termina em março de 2012, os economistas preveem um crescimento econômico pífio de 0,44%, segundo o levantamento.
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