O ministro de Relações Exteriores da Sérvia, Vuk Jeremic, afirmou ver uma ligação clara entre o apoio dos Estados Unidos e da União Européia à independência de Kosovo e as tensões na província separatista georgiana da Ossétia do Sul, revelou nesta quinta-feira (21) o jornal Vecernje Novosti. Para o ministro, o reconhecimento da independência de Kosovo, realizada em 17 de fevereiro, "desestabilizou" outras regiões.
"Nós havíamos apontado para a comunidade internacional, logo no início, que a declaração unilateral de independência de Kosovo poderia apresentar um perigoso precedente", apontou. "Infelizmente, isso provou-se verdadeiro muito antes do que qualquer um esperava.
A Sérvia perdeu o controle de Kosovo em 1999, após lançar uma campanha militar na província contra os separatistas albaneses étnicos. O então presidente Slobodan Milosevic foi forçado a retirar seus homens de Kosovo após a Sérvia ser bombardeada pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) durante 78 dias em retaliação pelas brutalidades cometidas contra civis em Kosovo.
A nova liderança sérvia, pró-Ocidente, subiu ao poder após a derrubada de Milosevic, em 2000. Porém a administração se recusa a desistir de suas pretensões em relação ao território, predominantemente habitado por albaneses étnicos.
Jeremic afirmou também que a Sérvia condena o uso de força na Geórgia e pediu aos países que encontrem uma "solução pacífica, através das Nações Unidas, com respeito aos acordos e às lei internacionais".
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