O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, se reunirá na próxima quarta-feira (28) com autoridades dos Estados Unidos para "dar continuidade ao diálogo bilateral" sobre a espionagem global americana, divulgada após o vazamento de dados pelo ex-analista da CIA, Edward Snowden.
Cardozo será recebido na quarta-feira pelo vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e se encontrará também com a assessora de assuntos contra terrorismo, Lisa Monaco, e com o chefe do Departamento de Justiça, Eric Holder.
A missão brasileira tem, além do ministro, funcionários da Presidência da República e dos ministérios de Ciência e Tecnologia, de Comunicações e de Relações Exteriores.
O vazamento de informações feito por Snowden de espionagem global causaram mal-estar no Brasil e uma reação do governo da presidente Dilma Rousseff, que pediu explicações à Casa Branca.
Junto com os parceiros do Mercosul, o Brasil denunciou o caso nas Nações Unidas. A espionagem também foi uma das pautas da visita do Secretário de Estado americano, John Kerry, ao país no início do mês.
O chefe da diplomacia americana ouviu as queixas pela interceptação eletrônica das mensagens diplomáticas que, segundo o chanceler Antonio Patriota, constitui uma "prática que deve terminar".
Segundo Patriota, são "práticas que atentam contra a soberania, contra os direitos individuais e inclusive contra os direitos humanos".
A resposta de Kerry não foi considerada satisfatória, pois apesar de dizer que "compreendia" as queixas, afirmou que as atividades dos serviços de inteligência americanos são "legais e necessárias" para garantir a segurança global.
Também por causa das denúncias de Snowden o Congresso iniciou uma investigação e convocou o jornalista Glenn Greenwald, colunista do jornal britânico "The Guardian", que mora no Rio de Janeiro e foi o primeiro a divulgar a espionagem americana ao receber milhares de documentos do ex-analista da CIA.
Na semana passada, David Miranda, companheiro de Greenwald, foi retido por nove horas em Londres, onde fazia uma escala de seu voo que voltava da Alemanha para o Rio, baseado na lei antiterrorista do país europeu.
Após o incidente, o Brasil pediu "explicações" ao Reino Unido pela detenção e cobrou a imediata devolução de todos os artigos pessoais confiscados do brasileiro. O retorno dos equipamentos eletrônicos de Miranda - celular, notebook, pen drives, videogames - depende da decisão de um tribunal londrino.
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