A França afirmou nesta quinta-feira que a missão aérea da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) na Líbia vai continuar enquanto as forças leais a Muamar Kadafi estiverem mostrando resistência e até que o governo interino peça o fim da campanha.
O ministro da defesa francês, Gerard Longuet, que participa de um encontro de ministros da Defesa da Otan, foi questionado sobre em quais condições a Otan encerraria a missão aérea. "Não deverá haver mais qualquer bolsão de resistência e o CNT (Conselho Nacional de Transição) deve pedir", afirmou a repórteres.
"Quanto a Kadafi.... desde que ele desapareça da cena, isso seria importante, mas não o suficiente. O CNT quer captura-lo e podemos entender isso", acrescentou.
Com Kadafi agora fora do poder e as forças leais ao CNT no controle de boa parte do país, líderes da Otan têm avaliado quando será apropriado encerrar a operação militar, agora em seu oitavo mês. Ministros da Defesa devem debater a questão nesta quinta-feira.
Longuet disse que a captura da cidade-natal de Kadafi, Sirte, seria importante simbolicamente, mas acrescentou que "não é toda a Líbia". "Ainda temos alguma resistência pró-Kadafi em Bani Walid, por exemplo, e alguns... movimentos espalhados no sul da Líbia."
Forças do governo líbio vêm combatendo rua a rua em Sirte e os comandantes deles já disseram que a batalha pela cidade estava em suas horas finais.
A tomada de Sirte eliminaria o maior bolsão de resistência pró-Kadafi e permitiria que o governo interino mudasse seu foco para a preparação para eleições democráticas.
Na quarta-feira, a Otan afirmou que avaliaria primeiro a capacidade dos novos líderes da Líbia de proteger a população civil. O secretário-geral da aliança militar, Anders Fogh Rasmussen, disse que encerrar as operações militares sancionadas pela ONU não depende de localizar Kadafi, cujo paradeiro permanece desconhecido.
A operação da Otan por ar e mar foi lançada em março, depois que a Organização das Nações Unidas autorizou o uso de força limitada para proteger a população civil dos combates entre forças leais a Kadafi e aos rebeldes que buscavam derrubá-lo do poder.
No final de setembro, a missão da Otan foi estendida por 90 dias, mas a organização afirma que quer encerrá-la assim que possível.