Pelo menos seis mísseis Qassam caíram na tarde desta segunda-feira (21) na cidade israelense de Sderot, durante a visita do representante de Política Externa e Segurança Comum da União Européia, Javier Solana. Os ataques deixaram ao menos um morto e outro ferido.
Solana visita a cidade a convite da ministra de Assuntos Exteriores israelense, Tzipi Livni. O escritório da ministra informou que, apesar das explosões, a reunião entre os dois está confirmada.
Um dos foguetes disparados caiu a cerca de 100 metros do centro onde os jornalistas esperavam a chegada de Solana.
Uma mulher, que estava ao lado de um carro atingido, morreu a caminho do hospital. Outra pessoa ferida foi internada.
Protestos
Um grupo de moradores da região protestava em frente ao prédio, contra a visita do alto representante europeu, aos gritos de que "a comunidade internacional não faz nada por Sderot". "Não deixem que Solana entre. Hoje é Sderot, amanhã será Ashkelon (cidade próxima mais importante) e depois de amanhã Jerusalém. Querem jogar os judeus no mar", gritavam os manifestantes.
Um porta-voz do governo israelense, David Backer, declarou que o ataque de hoje é "um novo exemplo do terror brutal impulsionado pelo movimento islamita palestino Hamas". "Israel continuará com seus esforços para pôr fim a estes ataques", afirmou.
Altos funcionários da União Européia indicaram, nessa segunda em Jerusalém, que a UE "condena o lançamento de foguetes contra Sderot, e pede que sejam interrompidos estes ataques, que não trazem nada de bom para nenhuma das partes". "Mas de Israel, espera-se que, ao responder, atue segundo os valores que compartilha com a UE: a proporcionalidade e o uso da mínima força necessária".
Reação israelense
Israel recrudesceu os ataques aéreos contra a Faixa de Gaza nessa segunda, matando pelo menos cinco palestinos. Um ministro israelense ainda declarou que todos os líderes do Hamas envolvidos nos ataques com foguetes contra Israel podem ser alvos da ofensiva.
"Não faço distinção entre aqueles que executam os ataques (com foguetes na fronteira) e aqueles que dão as ordens. Temos que tomar cuidado com todos", disse o ministro da Infra-Estrutura Nacional, Binyamin Ben-Eliezer, à rádio Israel.
Milhares de pessoas foram às ruas na Cidade de Gaza em apoio ao Hamas um dia depois do ataque israelense à casa do político Khalil al-Hayya, que pertence ao grupo islamita.
O Hamas disse que apenas duas das oito pessoas mortas no ataque de domingo eram combatentes. Hayya não ficou ferido, mas perdeu sete familiares no ataque.
"Vamos nos manter no mesmo caminho até que consigamos uma das duas metas: a vitória ou o martírio", disse nas cerimônias fúnebres o premiê palestino, Ismail Haniyeh, do Hamas.
O presidente palestino, Mahmoud Abbas, que pertence à facção Fatah, laica e mais moderada, vai à Gaza nesta terça-feira (22) para conversar com os líderes dos grupos e tentar acabar com os conflitos internos, disse o ministro das Relações Exteriores, Ziad Abu Amr.
O gabinete de segurança israelense decidiu neste domingo (20) aumentar a intensidade da reação aos constantes lançamentos de foguetes contra seu território a partir de Gaza. Nos ataques de segunda-feira (21), pelo menos quatro integrantes da Jihad Islâmica morreram, quando tiveram seu carro atingido, disse o grupo militante.
"O ataque sionista não vai conter o fogo contra as cidades sionistas", disse Abu Ahmed, representante do braço armado da Jihad Islâmica. "Líderes do inimigo sionista vão pagar."
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