Desafio é conseguir detectar vírus assim que chega à população humana| Foto: Tomas Bravo/Reuters

Da mesma maneira misteriosa com que chegam, os vírus também somem. Uma pandemia costuma durar entre 18 a 24 meses, mas ninguém sabe ao certo por que o vírus de repente desaparece. Estudos revelam que o vírus da aids, o HIV, por exemplo, teria infectado centenas de africanos ainda no fim da década de 1920. Também já ficou comprovado que quatro décadas depois, em 1959, um marinheiro inglês morreu devido a complicações da doença. Mas o mundo só foi de fato conhecer o vírus a partir de 1984 – quando o HIV foi propriamente descoberto e a aids transformou-se numa pandemia.

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A pergunta de um milhão de dólares é: por onde andou o vírus nesses intervalos? A verdade é que ninguém sabe ao certo. Uma das características mais fundamentais dos vírus é justamente sua capacidade de permanecer discreto por um período, apenas aguardando o melhor momento para voltar a atacar.

Outro ponto em comum entre os vírus mais devastadores está relacionado a suas origens. Ebola, varíola, HIV, febre amarela, raiva e o influenza (o vírus da gripe) são todos exemplos de vírus que conseguiram fazer o salto de animais para humanos. Para especialistas, é baseado nessa constatação que os programas de prevenção de uma pandemia devem se focar.

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"Hoje, aumentamos a população humana em mais de 6 bilhões e trouxemos animais domesticados para servir de alimento. Cada vez mais o animal está misturado ao homem e morando perto dele, uma receita para novos vírus", afirma o médico infectologista Stefan Cunha Ujvar.

Uma das iniciativas que busca monitar o vírus animal nos primeiros estágios é a Iniciativa de Previsão Viral Global (GFVI). A organização propõe uma mudança de paradigma: em vez de responder às epidemias após elas terem se alastrado pelo mundo, a GFVI busca analisar populações que estão altamente expostas a animais (como caçadores e açougueiros) e criar um sistema de alerta de prevenção de pandemias. (BMW e BB)