A Bolívia não cairá numa nova ditadura, apesar de seus persistentes conflitos internos, assegurou na sexta-feira (22) o presidente Evo Morales, desqualificando um apelo de líderes opositores por uma intervenção militar.

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Horas depois de o comandante das Forças Armadas anunciar a jornalistas que tinha informações sobre planos subversivos, Morales disse em discurso a policiais que estava "convencido" de que as ditaduras não voltarão aos países latino-americanos.

O apelo aos militares por um golpe, realizado em Santa Cruz, reduto da direita boliviana, e uma paralela disputa sobre o local da sede do governo criaram um cenário de tensão que parece englobar a Assembléia Constituinte que trabalha contra o relógio para concluir seus trabalhos.

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"Nos últimos dias escutamos algum chamado às Forças Armadas, como um chamado à ditadura. Não se equivoquem, companheiros dirigentes, senhores autoridades, não vai haver ditadura nenhuma", alertou Morales, apontado por seus adversários como um imitador do venezuelano Hugo Chávez.

A nova constituição foi prometida pelo presidente indígena para "refundar" a Bolívia, o país mais pobre da América do Sul e com quase 200 golpes militares em sua vida republicana.

Morales acrescentou que cumprirá o mandato de incorporar à nova constituição um regime de autonomias regionais, mas não permitirá que as demandas de descentralização política e administrativa encubram tentativas de divisão do país.

"Se estão entendendo autonomia como divisão, como independência, como separação da Bolívia, estão equivocados", disse.

O presidente, que executa uma política de nacionalização de hidrocarbonetos e outras riquezas, disse que em vez de repetir "confrontações contra o povo, como no passado", as forças armadas e a polícia "têm a obrigação de garantir a democracia e as mudanças na democracia".

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