Presidentes aprovam criação do Conselho Energético
A I Cúpula Energética Sul-Americana aprovou a criação de um Conselho Energético Sul-Americano que acompanhará o desenvolvimento dos acordos regionais sobre a área.
O presidente da Bolívia, Evo Morales, negou hoje ter brigado com Luiz Inácio Lula da Silva durante a cúpula energética na Venezuela, mas admitiu que há divergências sobre quanto o Governo bolviano deve pagar à Petrobras por suas duas refinarias nacionalizadas.
"Quero dizer que não houve diferenças que possam ser tratadas como uma briga com o companheiro Lula", disse Morales em entrevista coletiva em La Paz, após ressaltar seu "respeito e admiração" pelo presidente brasileiro.
"Com o companheiro Lula, temos muita amizade, muitas coincidências", insistiu, ao rejeitar versões da imprensa brasileira que asseguraram que o diálogo entre eles foi "ríspido" e que Lula rejeitou as condições apresentadas pela Bolívia para a nacionalização das refinarias da Petrobras.
Morales reconheceu que há divergências sobre quanto o Estado boliviano deve pagar à Petrobras para assumir o controle das refinarias, que continuam sob controle da multinacional, apesar de terem sido "nacionalizadas" em maio de 2006.
O presidente explicou que a diferença está entre pagar o valor comercial das refinarias ou o patrimonial, que, segundo o líder, foi o que a Petrobras depositou na última década.
"Isto está em debate. O diálogo vai continuar, com aval dos presidentes do Brasil e da Bolívia, entre a Petrobras e a Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB)", afirmou.
As duas refinarias, uma em Cochabamba (centro) e a outra em Santa Cruz (leste), foram compradas pela Petrobras do Estado boliviano em 1999 por US$ 104 milhões.
A imprensa boliviana afirmou esta semana que Morales tenta fazer com que as duas refinarias passem para o controle do Estado em 1º de maio, no primeiro aniversário da nacionalização.
No início do ano, o ministro de Hidrocarbonetos, Carlos Villegas, calculou que em maio o Governo poderia concluir as negociações para ter o controle das cinco empresas nacionalizadas que continuam administradas por empresas estrangeiras.
Além das refinarias da Petrobras, estão no grupo a Andina, filial da hispano-argentina Repsol YPF; Transredes, vinculada às européias Shell e Ashmore; Chaco, do grupo British Petroleum, e a Companhia Logística de Hidrocarbonetos, que tem investidores peruanos e alemães.