O britânico Howard Marks, conhecido como Mister Nice, que estudou em Oxford, se dedicou ao narcotráfico e à espionagem e publicou um livro de memórias de grande sucesso, morreu de câncer aos 70 anos, informou a imprensa britânica.
Nascido em Gales, em 13 de agosto de 1945, Marks se graduou na Universidade de Oxford nos anos 1960 antes de se voltar por duas décadas para o crime. Ele foi preso de na Espanha, em 1988, e extraditado para os Estados Unidos, onde passou sete anos na prisão e escreveu sua autobiografia “Mr. Nice”, publicada em 1996.
Ele encheu com toneladas de haxixe os móveis de diplomatas paquistaneses que se mudavam para Londres, assim como a bagagem de bandas de rock rock fictícias em turnê pelos Estados Unidos, e trabalhou por algum tempo para a agência de espionagem britânica MI6.
Sempre se dedicou às drogas leves e, segundo o jornal The Guardian, pela impressão que lhe causou a morte de um amigo com uma overdose de heroína, virou um grande defensor da legalização da maconha.
Sua carreira criminal o fez lidar com o Exército Republicano Irlandês (IRA) e, em julgamento em 1980, uma testemunha contribuiu para sua absolvição ao afirmar que havia ajudado o serviço secreto mexicano.Teve 43 codinomes e viveu em várias partes do mundo.
“Foi um verdadeiro herói popular moderno, que fez muitas coisas ilegais, divertidas e impactantes”, disse um amigo, James Brown, ao The Guardian.
“Traficar maconha foi uma maneira divertida de viver”, declarou Marks ao jornal The Observer, em entrevista, publicada em 2015.“É impossível me arrepender de alguma parte de minha vida”, concluiu.
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