Dawoud Rajha, um dos homens fortes do governo Assad
Considerado a autoridades mais importante a morrer no conflito sírio, o ministro da Defesa Dawoud Rajha, morto nesta quarta-feira em uma explosão na sede da Segurança Nacional, em Damasco, era também vice-presidente do Comando Geral do Exército e do Conselho de Ministros da Síria.
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Uma bomba matou nesta quarta-feira (18) três importantes membros do regime de Bashar al-Assad, inclusive seu poderoso cunhado, num duro golpe para a cúpula do poder na Síria, onde as forças rebeldes estão cada vez mais presentes na capital Damasco, prometendo "liberá-la" em breve.
O cunhado de Assad, Assef Shawkat, era uma das principais figuras da elite governante da Síria, um sistema fechado e baseado em clãs, e que há 16 meses enfrenta uma rebelião que tenta depor o presidente.
O ministro da Defesa e um general de alta patente também foram mortos na explosão, e dois outros funcionários de alto escalão ficaram feridos. O ataque a bomba aconteceu durante uma reunião de crise do governo, enquanto combates eram travados nos arredores do palácio presidencial.
Na noite desta quarta-feira, não havia sinais de trégua em Damasco, que registra seus piores combates desde o início da revolta, segundo um morador ouvido por telefone.
Combates intensos foram relatados nos bairros centrais de Mezze e Kafar Souseh, e uma delegacia de polícia no bairro de Hajar al-Aswad foi incendiada. Ao anoitecer, a artilharia do Exército ocupava posições em montanhas próximas e bombardeava a capital.
Uma fonte de segurança disse que a bomba que explodiu no quartel-general dos serviços de segurança foi acionada por um guarda-costas encarregado de proteger membros do primeiro escalão. A TV estatal disse que se tratou de um atentado suicida. Grupos anti-Assad assumiram a autoria.
O governo prometeu retaliar e moradores disseram que helicópteros militares fizeram disparos com metralhadoras e foguetes em vários bairros residenciais. A TV mostrou rebeldes invadindo uma base do governo ao sul da capital.
O paradeiro de Assad era um mistério. Ele não apareceu em público, nem fez declarações depois do ataque, mas fontes de segurança disseram que ele não estava presente no momento da explosão. A Casa Branca disse desconhecer o paradeiro do presidente sírio.
O ataque motivou uma intensificação da atividade diplomática, com vários países apontando que o conflito entrou em uma fase potencialmente decisiva.
Os Estados Unidos, que temem um contágio a países vizinhos, disse que a situação parece estar ficando descontrolada. O chanceler russo, Sergei Lavrov, afirmou que uma "luta decisiva" está em curso em Damasco.
O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) adiou a votação de uma resolução sobre a Síria. O presidente norte-americano, Barack Obama, conversou com seu colega russo, Vladimir Putin, principal aliado de Assad.
O ministro sírio da Informação, Omran Zoabi, também qualificou os combates na capital como "a batalha decisiva em toda a Síria" e culpou governos árabes e ocidentais pela violência.
"Bomba Terrorista"
A TV estatal disse que Shawkat e o ministro da Defesa, Daoud Rajha, foram mortos num "ataque a bomba terrorista" e afirmou que o governo vai eliminar as "quadrilhas" responsáveis.
Posteriormente, o canal informou que o general Hassan Turkmani, ex-ministro da Defesa, morreu em consequência de ferimentos sofridos e que o ministro do Interior, Mohammad Ibrahim al-Shaar, estava em condição "estável".
Essas vítimas formam o núcleo de uma unidade militar de crise comandada pelo próprio Assad e encarregada de combater a rebelião que começou com protestos pacíficos inspirados na Primavera Árabe e nos últimos meses assume cada vez mais os contornos de uma guerra civil.
O chefe do Estado-Maior sírio, general Fahad Jassim al-Freij, assumiu rapidamente o cargo de ministro da Defesa para evitar qualquer impressão de paralisia no governo.
"Esse ato terrorista covarde não vai deter nossos homens nas Forças Armadas de continuarem sua sagrada missão de perseguir os remanescentes dessas quadrilhas criminais terroristas armadas", disse Freij à TV estatal. "Eles vão cortar todas as mãos que tentarem ferir a segurança da nação ou dos seus cidadãos."
A explosão pareceu ser parte de um ataque coordenado, no quarto dia de combates na capital, fase que os rebeldes chamaram de "libertação de Damasco", após vários meses de confrontos que, segundo ativistas, já mataram mais de 17 mil pessoas.
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