Entre os mortos na chacina estão 12 jornalistas| Foto: reuters

Duas províncias e uma cidade do sul das Filipinas entraram em estado de emergência nesta terça-feira depois de uma chacina com motivações políticas que deixou 46 mortos.

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Muitas das vítimas do massacre na província de Maguindanao eram mulheres do poderoso clã Mangudadatu. Também há cerca de 12 jornalistas entre os mortos.

"Há uma urgente necessidade de evitar e suprimir a ocorrência de vários outros incidentes de violência sem lei", disse o porta-voz Cerge Remonde ao anunciar o estado de emergência, que vale por tempo indeterminado nas vizinhas províncias de Maguindanao e Sultan Kudarat e na cidade de Cotabato, o que dá a policiais e militares amplos poderes para fazer prisões.

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Com pás e mãos, soldados escavam as valas abertas às pressas para receber os corpos dos mortos num morro de Maguindanao. O porta-voz policial Leonardo Espina disse que 46 cadáveres já foram encontrados.

Um fotógrafo da Reuters no local disse que muitas vítimas tinham ferimentos de bala e facões. Alguns homens estavam com as mãos amarradas às costas, e havia uma grávida.

"Esta atrocidade deixa uma profunda ferida na nossa psique nacional", disse o ex-senador Ralph Recto. "É como se cada um de nós tivesse sido apunhalado."

A presidente Gloria Macapagal Arroyo determinou o envio de reforços militares à região e demitiu o chefe provincial de polícia de Maguindanao. "Nenhum esforço será poupado para trazer justiça às vítimas e responsabilizar os perpetradores no total limite da lei", disse ela.

Várias integrantes do clã Mangudadatu, acompanhadas de jornalistas e advogados, estavam a caminho de apresentar a candidatura de um parente para as eleições de maio de 2010. Os homens não estavam presentes porque acreditavam que as mulheres do clã não seriam atacadas.

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Mas o comboio foi detido por cerca de cem homens armados, que levaram o grupo para longe da estrada e o atacou com rifles M-16 e facões.

Entre as vítimas está Genalyn Tiamzon-Mangudadatu, cujo marido, Esmael, pretende disputar o governo de Maguindanao contra Datu Andal Ampatuan, chefe de outra poderosa família local.

Ampatuan, aliado de Arroio, já foi eleito três vezes para o governo provincial. Um de seus filhos é governador da Região Autônoma da Mindanao Muçulmana, uma área que abrange seis províncias. A cidade perto de onde o massacre aconteceu tem o nome da sua família.

Nenhum membro do clã Ampatuan fez declarações à imprensa, mas o assessor presidencial Jesus Dureza afirmou a uma TV que a família estava disposta a responder perguntas.

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