O número de mortos no desabamento de uma escola no Haiti passou de 90 neste domingo, após a descoberta de uma sala com corpos de mais 8 pessoas, entre elas, crianças.
A diretora de serviço de proteção civil do país, Marie-Alta Jean-Baptiste, afirmou que 84 corpos já estavam contabilizados oficialmente. Dessa forma, o fato novo elevaria o número de óbitos para 92.
Cerca de 700 alunos estavam matriculados na escola, mas as autoridades ainda não sabem quantos estavam no local na hora da tragédia. Pelo menos 150 pessoas ficaram feridas.
O dono da escola, um pastor protestante, foi preso pelo governo. Há a suspeita de que a construção esteja irregular. Ele teria construído por conta própria o edifício, sem o auxílio de um engenheiro.
As equipes de resgate ainda trabalham no local porque há muitos soterrados. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o chanceler Celso Amorim enviaram mensagens de condolência ao Haiti.Veja fotogaleria com imagens da tragédia
No início da tarde de sábado (horário de Brasília), a equipe de socorro encontrou 17 corpos soterrados em uma das salas de aula. Muitos deles eram de crianças. Os bombeiros trabalharam toda a madrugada na busca por sobreviventes. Água e biscoitos foram jogados dentro de um buraco onde crianças estavam soterradas. O presidente do Haiti, René Preval, foi ao local para dar apoio aos parentes das vítimas.
A escola La Promesse, de três andares, desabou durante o horário de aulas, por volta das 10h de sexta-feira (13h de Brasília). Parte das paredes caiu sobre casas vizinhas da localidade de Nerettes. Na sexta-feira, pais buscavam desesperadamente por seus filhos em meio aos pedaços de concreto.
- É como um terremoto - disse o general brasileiro Carlos do Santos Cruz, comandante das tropas da ONU no Haiti.
Um menino preso pelas pernas sob o entulho implorava para ter os pés amputados, contou um bombeiro. O delegado Carl Henry Boucher disse que mais de 25 pessoas foram hospitalizadas em estado grave. As ruas em torno da escola ficaram tão congestionadas por causa dos curiosos que as equipes de resgate tiveram de chegar de helicóptero.O presidente do Haiti, Rene Preval, vai ao local do acidente
- Meu filho de 15 anos, está morto. É o meu filho único. Não sei o que eu vou fazer - soluçava Josiane Dandin, 40 anos.
Outra mulher gritava por sua filha de 12 anos:
- Não sei se ela está viva ou morta.
Há atualmente no Haiti mais de 9.000 soldados e policiais estrangeiros, enviados para conter a turbulência política que se seguiu a uma rebelião em 2004. O país tem escassez de equipamentos de resgate, e ainda sofre com a destruição provocada por uma série de quatro tempestades e furacões neste ano, que mataram mais de 800 pessoas e destruíram 60 por cento das lavouras.
Michaele Gedeon, presidente da Cruz Vermelha haitiana, disse que há necessidade urgente de equipamentos pesados para as buscas e o resgate de sobreviventes.
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