Almirante Mike Mullen, chefe do Estado-maior das forças norte-americanas, durante coletiva de imprensa em Bagdá, no Iraque. O número de mortos na violenta repressão da Síria contra a oposição do presidente Bashar al-Assad na cidade de Hama e em outras regiões subiu nesta terça-feira, mas Mullen disse que os EUA não se envolveriam diretamente no país| Foto: REUTERS/Mohammed Ameen
Protestantes em Damasco, na Síria
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O número de mortos na violenta repressão da Síria contra a oposição do presidente Bashar al-Assad na cidade de Hama e em outras regiões subiu nesta terça-feira, incitando os esforços do Ocidente para aumentar a pressão diplomática contra Damasco.

Tanques percorreram os bairros residenciais em Hama, local de um massacre em 1982, depois das orações da noite de segunda-feira, o primeiro dia do mês de jejum muçulmano, o Ramadã, segundo testemunhas.

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Defensores de direitos humanos disseram que os ataques das forças de Assad durante a noite e na segunda-feira mataram ao menos 24 civis, incluindo 10 em Hama, onde tropas e tanques iniciaram uma violenta operação para retomar o controle no domingo.

Assim, o número total de mortos atingiu 134 em toda a Síria nos últimos três dias, 90 em Hama, segundo testemunhas, moradores e defensores de direitos humanos.

A agência estatal da Síria disse que "grupos terroristas armados" haviam matado oito policiais em Hama. O governo responsabiliza o grupo pela maioria das mortes durante a revolta, que já dura cinco meses, alegando que mais de 500 soldados e forças de segurança morreram nesse período.

A situação em Hama incitou muitos sírios a realizar marchas de solidariedade desde o início do Ramadã, mas a resposta agressiva de Assad indica que ele poderá resistir aos pedidos de mudança que se espalharam pela Síria e por grande parte do mundo árabe neste ano.

A Síria foi criticada internacionalmente por suas medidas agressivas, mas não deve temer o tipo de intervenção militar que a Otan lançou para apoiar os rebeldes da Líbia.

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Uma autoridade de alto escalão dos Estados Unidos pediu um rápido fim à violência na Síria, mas a perspectiva era apenas de uma pressão diplomática.

"Não há qualquer indício de que os norte-americanos irão, de que iremos nos envolver diretamente com relação a isso", disse o almirante Mike Mullen, chefe do Estado-maior das Forças Armadas a jornalistas ao final de uma visita ao Iraque.

Reuniões do Conselho de Segurança na segunda-feira não conseguiram produzir um acordo para adotar o esboço de uma resolução defendida pelo Ocidente condenando a Síria, ou uma declaração menos comprometedora.