Muçulmana alegou que o usar burca enquanto dirige não é diferente de usar um capacete| Foto: Reuters

Uma motorista usando um véu islâmico foi multada pela polícia francesa por não ter um claro campo de visão. A multa foi pequena, mas atraiu atenção nesta sexta-feira e pode ilustrar o que pode acontecer, ao mesmo tempo em que o presidente Nicolas Sarkozy tenta aprovar uma lei que proíbe o uso do véu em todo o país.

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A polícia rodoviária da cidade de Nantes, oeste do país, multou a mulher de 31 anos em € 22 (US$ 29) no início de abril, disseram seus advogados. A multa foi baseada na lei que diz que motoristas devem ter liberdade de movimento e suficiente campo de visão, disse o advogado Jean-Michel Pollono.

Ele declarou nesta sexta-feira que contesta a decisão, dizendo que o véu não é diferente de um capacete de motociclista no que diz respeito ao impedimento de visão.

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A motorista concedeu uma entrevista coletiva nesta sexta-feira. Ela usava um niqab, o véu que cobre todo o rosto, exceto os olhos, e falou do "sentimento de injustiça" sobre o incidente. "Eu não cometi qualquer infração", disse a motorista, que não quis revelou seu nome. "Eu vejo tão bem quanto vocês...eu tenho dirigido desta forma há nove anos e não tive qualquer problema "

A motorista tem nacionalidade francesa. O advogado disse que ela nunca fora parada por uma patrulha antes. Nos últimos meses, Parlamento e governo têm discutido a possibilidade de proibir o uso do véu no país.

Enquanto o caso ganhava importância na mídia, o escritório do ministro do Interior Brice Hortefeux informou que ele escreveu ao ministro da Imigração para pedir um estudo sobre se o marido argelino da mulher poderia perder sua nacionalidade francesa por suposto comportamento ilegal.

Na carta ao ministro Eric Besson, Hortefeux disse que o homem era suspeito de poligamia e fraude ao sistema de seguridade social por ter supostamente se beneficiado de ajuda estatal financeira para pais solteiros pago a cada uma de suas quatro mulheres, que usam véus. Um funcionário do Ministério do Interior forneceu detalhes sobre a carta, embora não tenha divulgado o nome do marido.

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