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O oposicionista Mirhossein Mousavi disse neste sábado (20) estar "pronto para o martírio", de acordo com um aliado, diante dos protestos que abalaram a República Islâmica e fizeram o líder supremo do Irã alertar para o risco de derramamento de sangue.

Mousavi também pediu uma greve nacional caso seja preso, afirmou uma testemunha. Conforme a noite caía, gritos de Allahu Akbar (Deus é grande) surgiam do topo de casas na região norte de Teerã por quase uma hora, um eco da tática usada na revolução Islâmica de 1979 contra o Xá.

Em um ato cheio de simbolismo, um suicida se explodiu no mausoléu do pai da revolução Islâmica do Irã, o aiatolá Ruhollah Khomeini, enquanto os tumultos continuavam na capital do país, desafiando a proibição dos protestos.

As tropas de choque da polícia usaram a força, disparando gás lacrimogênio e jatos de água para dispersar os manifestantes.

Testemunhas disseram que entre 2 mil e 3 mil pessoas estavam nas ruas, menos do que as centenas de milhares do início da semana, mas em um claro desafio ao líder supremo aiatolá Ali Khamenei, que usou um discurso na sexta-feira para apoiar os contestados resultados da eleição que deram uma ampla vitória ao presidente conservador, Mahmoud Ahmadinejad.

Derrotado, Mousavi, ele próprio um produto do establishment islâmico e ex-primeiro-ministro, deixou claro que não recuaria.

"Em um pronunciamento público no sudoeste de Teerã, Mousavi disse que está pronto para o martírio e que vai continuar em seu caminho", disse à Reuters por telefone um aliado de Mousavi, que pediu para não ser identificado.

Uma testemunha do discurso relatou que Mousavi, centro de protestos inéditos na história de 30 anos da República Islâmica, parecia antecipar ações contra ele.

"Mousavi pediu que as pessoas realizem uma greve nacional se ele for preso", disse a testemunha à Reuters.

Mousavi exigiu que as eleições fossem anuladas.

"Essas medidas repugnantes (fraude das eleições) foram planejadas por meses antes da votação... considerando todas as violações... a eleição deveria ser anulada", sustentou Mousavi em uma carta ao principal corpo legislativo do país.

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