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Reeleição de Ahmadinejad

Mousavi reitera que eleição no Irã foi ilegítima

Presidente iraniano reeleito Mahmoud Ahmadinejad (dir.) durante reunião como o ministro de Energia e Petróleo da Venezuela Rafael Ramirez (esq.) | Atta Kenare / AFP Photo
Presidente iraniano reeleito Mahmoud Ahmadinejad (dir.) durante reunião como o ministro de Energia e Petróleo da Venezuela Rafael Ramirez (esq.) (Foto: Atta Kenare / AFP Photo)

Em sua primeira convocação de luta após o governo do Irã ter validado, nesta segunda-feira (1º), os resultados da eleição presidencial, o líder da oposição Mir Hossein Mousavi pediu nesta quarta a seus partidários que continuem trabalhando pelos "direitos do povo". Mousavi reiterou que o pleito foi ilegítimo e exigiu que o governo, liderado pelo clero, liberte todos os presos políticos e institua reformas eleitorais e de liberdade de imprensa. "Ainda não é tarde demais", disse. "É nossa responsabilidade histórica continuar nossa reclamação e não desistirmos de nossos esforços pelos direitos das pessoas."

Seu último ato de desafio ocorreu enquanto a temida milícia Basij acusou o líder de ameaçar a segurança nacional e pediu que um promotor investigue o papel de Mousavi nos violentos protestos no país. A agência de notícias semioficial Fars afirmou que a Basij - conhecida como as forças de rua do líder supremo, aiatolá Ali Khamenei - enviou ao promotor chefe uma carta acusando Mousavi de ter tomado parte em nove ofensas contra o Estado, dentre elas "perturbar a segurança nacional", que é passível de uma pena máxima de dez anos de prisão.

Mousavi declarou, em seu site, que ficou preocupado com a "amarga e ampla desconfiança do povo em relação aos resultados declarados da eleição e com o governo que causou (esse sentimento)". Ele também condenou supostos ataques de forças de segurança a dormitórios universitários, onde, segundo ele, "sangue foi derramado e jovens foram espancados". Mousavi pediu o retorno de um ambiente político mais "honesto" no país.

Vinte pessoas morreram e mais de mil foram detidas durante os protestos realizados na capital Teerã, disse nesta quarta Ahmadi Moghaddam, chefe da polícia iraniana. "Nenhum policial morreu durante os protestos em Teerã, mas 20 manifestantes foram mortos", afirmou ele, segundo a Fars. "A polícia deteve 1.032 pessoas durante as últimas manifestações. Muitas foram liberadas e as demais estão sendo processadas nos tribunais públicos e revolucionários de Teerã." A emissora de televisão estatal em língua inglesa, a Press TV, informou a morte de 20 pessoas, dentre elas oito membros da milícia Basij.

Fraude

Mousavi afirma que o pleito foi marcado por grande fraude e que ele, e não o presidente Mahmoud Ahmadinejad, é o vencedor da votação do último dia 12. O Conselho dos Guardiães, o principal órgão de vigilância eleitoral do Irã, afirmou, na segunda-feira, que os resultados da eleição são válidos, abrindo caminho para que Ahmadinejad receba um novo mandato de quatro anos no final deste mês. "Se ele quis ou não, o senhor Mousavi de muitas formas supervisionou ou compareceu a atos puníveis", diz a carta da milícia Basji, que também acusa o opositor de levar "pessimismo" à esfera pública.

Um grupo reformista político informou nesta quarta que as autoridades proibiram a circulação de um jornal aliado ao candidato presidencial Mehdi Karroubi, depois de ele ter dito que o governo iraniano era "ilegítimo" por causa das denúncias de fraude. O governo do país ainda mantém detido um funcionário da embaixada britânica acusado de participar nas manifestações pós-eleição, informou a Press TV. Na semana passada, o governo prendeu nove funcionários da embaixada sob acusação de que instigaram os protestos. Com informações da Dow Jones.

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