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Religião

Muçulmanos querem pedido claro de desculpas do Papa

Um dos líderes da Irmandade Muçulmana do Egito, Mohammed Habib, voltou atrás e afirmou que o Papa Bento XVI não fez um "pedido claro de desculpas" neste domingo, por seu discurso sobre o Islã que acendeu a ira dos muçulmanos. Mais cedo, ele havia dito que a declaração de Bento XVI era "um pedido de desculpas suficiente".

- Isso não ascende a um nível de pedido claro de desculpas. E, baseado nisso, nós chamamos o Papa do Vaticano para o tema de um pedido claro, que irá acabar com qualquer confusão definitivamente – disse Habib, sobre o discurso do Papa deste domingo.

Mais cedo, ele havia afirmado que as declarações eram suficientes:

- Consideramos que as recentes declarações representam uma retratação. Podemos considerá-las como um pedido de desculpa suficiente.

Papa disse que citação não reflete seus pensamentos

O Papa Bento XVI disse neste domingo que estava "profundamente sentido" em relação à fúria provocada por suas observações sobre o Islã. A afirmação foi feita pelo próprio líder da Igreja Católica, como líderes muçulmanos haviam exigido. Mas o Papa, em nenhum momento, se desculpou. Em sua casa de verão em Castelgandolfo, Bento XVIdisse que a citação que usou do texto medieval sobre guerra santa não refletia seus pensamentos.

- Estou profundamente sentido pelas reações em alguns países sobre algumas passagens do meu discurso na Universidade de Regensburg, que foi considerado ofensivo para a sensibilidade dos muçulmanos - disse a fiéis.

E acrescentou:

- O fato é que essa é uma citação de um texto medieval, que não representa de nenhuma forma meu pensamento. Espero que isso sirva para tranqüilizar corações e esclarecer o verdadeiro significado do meu discurso, que era e é, em sua totalidade, um convite para o diálogo franco e sincero, com respeito mútuo - afirmou.

No sábado, Bento XVI chegou a divulgar uma mensagem lamentando as reações ao discurso feito por ele na Alemanha, no início da semana, e que teria ofendido o Islã. Entretanto, como a declaração havia sido feita por meio do chefe de Estado do Vaticano, os muçulmanos continuaram os ataques a igrejas e os protesto em vários países.

Freira italiana é morta

Mesmo depois de o Papa discursar neste domingo, mais duas igrejas foram atacadas por grupos de palestinos em reação ao polêmico discurso do líder católico. Menos intensos do que os cinco registrados na sexta-feira e no sábado, os ataques não deixaram feridos.

Na localidade de Tubas, próximo a Jenin, uma igreja católica foi incendiada, mas o incêndio foi rapidamente controlado. Manifestantes também colocaram fogo numa igreja em Tulkarm. O primeiro-ministro palestino, Ismail Haniyeh, disse neste domingo que o governo rechaça os ataques e reforçou a segurança em igrejas da Cisjordânia para evitá-los.

Também neste domingo, um homem armado matou uma freira católica italiana em um hospital infantil na Somália. O ataque pode ser reflexo da polêmica gerada entre muçulmanos e católicos após o discurso de Bento XVI sobre o Islã, segundo uma importante fonte islâmica.

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