Hillary participa de reunião com o presidente Obama na Casa Branca, em Washington: alguns aliados demonstram resistência aos primeiros pedidos do democrata| Foto: Larry Downing / Reuters

A secretária norte-americana de Estado, Hillary Clinton, sugeriu nesta terça-feira (27) que o mundo está dando um suspiro de alívio com as medidas tomadas pelo presidente Barack Obama para consertar os danos causados por seu antecessor, George W. Bush.

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Em sua primeira entrevista coletiva como secretária de Estado norte-americana, Hillary disse que o entusiasmo com a transição norte-americana foi "reforçado reiteradamente" durante os telefonemas que tem trocado com seus colegas estrangeiros nos últimos dias.

"Há um grande suspiro percorrendo o mundo conforme as pessoas manifestam seu apreço pela nova direção que está sendo estabelecida e pela equipe montada pelo presidente", afirmou a ex-adversária de Obama nas eleições primárias do Partido Democrata. "Temos muitos danos a reparar", acrescentou.

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Pressionada por jornalistas, ela disse que suas declarações não devem ser encaradas como um repúdio completo ao governo Bush, e que haverá continuidade em algumas políticas. "Não é um tipo de repúdio ou indiciamento dos últimos oito anos, não tanto quanto um entusiasmo e uma aceitação de como vamos agir", afirmou.

Muitos países árabes e europeus foram contra a guerra promovida por Bush no Iraque e apontaram supostos abusos aos direitos humanos, especialmente no trato a presos na base naval de Guantánamo, prisão que Obama prometeu desativar dentro de um ano.

Sem entrar em detalhes, Hillary disse que há regiões do mundo que também se sentiram desprezadas pelo governo Bush, enquanto outras se sentiram excessivamente visadas.

Em geral, os líderes mundiais saudaram a eleição de Obama, mas analistas dizem que sua lua-de-mel pode ser curta, já que ele enfrenta inúmeros desafios, como a crise econômica global, as guerras do Iraque e do Afeganistão e o conflito do Oriente Médio.

Alguns aliados já demonstram resistência aos primeiros pedidos de Obama. A França, por exemplo, sinalizou que não pretende enviar mais tropas ao Afeganistão, e a União Europeia não chegou a um acordo nesta segunda-feira sobre a colaboração conjunta a ser oferecida aos EUA para a desativação da prisão de Guantánamo.

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"Na Europa e em outros lugares, há um desligamento entre a popularidade de Obama e a receptividade às suas prováveis políticas," disse editorial do jornal The Washington Post na segunda-feira.

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