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Murdoch enterra tabloide ligado a escândalo

Segurança na entrada do prédio onde fica a redação do News of the World, envolvido em escândalo de grampo ilegal | Paul Hackett/Reuters
Segurança na entrada do prédio onde fica a redação do News of the World, envolvido em escândalo de grampo ilegal (Foto: Paul Hackett/Reuters)
Resposta de Murdoch veio em um dia |

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Resposta de Murdoch veio em um dia

Londres - O escândalo das escutas telefônicas ilegais fez a News Corporation, conglomerado do magnata australiano Rupert Murdoch, fechar o News of the World, tabloide de maior circulação aos domingos no Reino Unido.

Foi comprovado que jornalistas acessaram ilegalmente mensagens de telefones de políticos, celebridades, membros da família real, vítimas de crimes e até familiares de soldados mortos nas guer­­ras do Afeganistão e Iraque.

O escândalo fez os principais anunciantes do Reino Unido cancelarem suas campanhas de publi­­cidade no jornal. Fez também o governo decidir abrir um inquérito público para investigar o caso.

A polícia acredita que até 4 mil pessoas tiveram seus telefones grampeados.

O News of The World é o jornal mais vendido aos domingos no Reino Unido, com uma circulação média de quase 2,8 milhões de exemplares e pertence ao grupo News Corporation (News Corp.), um dos maiores conglomerados mundiais de mídia, pertencente ao magnata australiano Rupert Murdoch.

O tabloide está envolvido em um escândalo desde 2006, quando apareceram as primeiras de­­núncias de que grampeava celebridades e até membros da realeza em busca de informações ex­­clusivas.

O então editor do jornal, Andy Coulson, renunciou no ano se­­guin­­te, após um de seus repórteres e um detetive terem sido condenados pelo monitoramento ile­­gal das conversas telefônicas.

Em fevereiro de 2011, a Polícia Metropolitana de Londres iniciou uma nova investigação após alegações de que mais de 7 mil pessoas, entre elas atores, políticos, jo­­gadores de futebol, apresentadores de tevê e outras celebridades, tiveram seus telefones grampeados. Pressionado mais uma vez, Coulson abandonou também o cargo de porta-voz de Ca­­meron.

A crise se agravou após o premiê britânico, David Cameron, ter demandado ontem a abertura de um inquérito sobre os grampos e sobre a propina, mas afirmou que, antes, a polícia precisa encerrar a investigação.

Nesta semana, o escândalo ganhou outra dimensão com a denúncia de que um detetive que trabalhava para o jornal teria grampeado o telefone celular de Milly Dowler, uma menina de 13 anos que desapareceu em 2002 e depois foi encontrada morta. O detetive contratado pelo tabloide para hackear o telefone chegou a deletar mensagens do celular, dando à família falsas esperanças de que ela estaria viva.

Ontem a imprensa trouxe mais denúncias, desta vez de que o jornal teria invadido os telefones de famílias de vítimas dos atentados de 7 de julho de 2005, em Londres, e de familiares de soldados britânicos mortos em ação.

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