Mitt Romney, o mais que provável rival republicano de Barack Obama, prometeu nesta quarta-feira (23) mudar a educação "de terceiro mundo" recebida principalmente pelas minorias nos Estados Unidos, como parte de sua estratégia para diluir o apoio dos latinos ao presidente Barack Obama.

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Em uma quebra em seus atos de arrecadação de fundos, Romney discursou diante da conservadora Coalizão Latina, uma organização empresarial sem fins lucrativo. Com a iniciativa, o pré-candidato se concentra pela primeira vez na educação e não na economia.

"Estamos na nação mais próspera do mundo, mas milhões de crianças estão recebendo uma educação de terceiro mundo. As crianças das minorias nos Estados Unidos são as que mais sofrem e este é o maior assunto de liberdades civis de nossa era", disse Romney, arrancando aplausos da plateia.

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O ex-governador de Massachusetts ainda alertou que os Estados Unidos atravessam uma situação de emergência na educação nacional, pois o sistema educacional não prepara os estudantes para o mercado de trabalho. Diante disso, o pré-candidato prometeu uma política de mudança.

Romney também acusou Obama de ceder às pressões políticas dos sindicatos de professores e prometeu que, se ganhar em novembro, adotará medidas para que os estudantes tenham mais e melhores opções.

Segundo o plano apresentado, os fundos federais para a educação, aproximadamente US$ 26 bilhões, seriam utilizados para que famílias de baixa renda possam enviar seus filhos a escolas com melhor rendimento acadêmico, inclusive colégios privados.

A ideia de usar fundos públicos para colégios privados tem o apoio dos conservadores e a rejeição dos sindicatos de professores, que pedem mais investimentos para as escolas públicas.

m seu discurso, Romney não mencionou o "Dream Act", que tenta legalizar estudantes imigrantes ilegais. Inclusive, uma ativista a favor da medida foi expulsa do salão quando gritou que o pré-candidato apoia a "autodeportação" dos imigrantes ilegais.

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Até agora, o político republicano preferiu atacar a gestão econômica de Obama, sua política externa da saúde. Tanto a Casa Branca como a campanha de reeleição de Obama contestaram os ataques no discurso de Romney.

"A educação nunca surgiu como tema nas primárias republicanas em nenhum dos debates, ou quase nunca", disse o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, ao afirmar que Obama espera defender suas reformas educativas na disputa geral.

Obama

Enquanto isso, a porta-voz latina da campanha de Obama, Gabriela Domenzain, disse em comunicado que Romney prefere ajudar os mais ricos com cortes tributárias em vez de fazer investimentos que "beneficiariam o futuro de todos".

O pré-candidato republicano ainda mencionou no encontro que, segundo as enquetes, está reduzindo a diferença com Obama entre os eleitores, embora ainda enfrente dificuldade para captar o apoio dos latinos.

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De acordo com os cálculos, para ganhar a Presidência, é necessário pelo menos 40% do voto latino. Por isso, estados como Arizona, Colorado, Flórida, Nevada e Novo México são importantes nessa briga.

Segundo a Associação Nacional de Funcionários Latinos, a participação hispânica nas urnas baterá um recorde, com pelo menos 12,2 milhões de eleitores.

Em cada fórum público Romney ressalta sua trajetória como governador e empresário fiel à ideologia conservadora de Ronald Reagan, e insiste que a redução da ingerência do Governo é essencial a recuperação econômica.

Por outro lado, Obama defende o papel do Governo para estimular o crescimento econômico e para proteger à classe média, uma das mais atingidas pela crise econômica.

Os dois políticos se encontram em uma batalha e apostam seus cofres eleitorais para somar votos, além do aumento entre as bases, mulheres, minorias e independentes.

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Nesta quarta-feira, Obama participará em atos eleitorais em Denver (Colorado) e nas cidades de Atherton e Redwood City, na Califórnia.

No intuito de garantir o apoio latino, tanto Obama como Romney confirmaram sua participação na cúpula anual da associação latina em Orlando (Flórida) no próximo mês.