Na Itália, as mortes por acidentes de trabalho e de trânsito são muito mais numerosas do que as provocadas por homicídios ou outras causas violentas, divulgou nesta segunda-feira (4) o Instituto de Investigações Socioeconômicas (Censis).
"Os mortos no ambiente de trabalho são quase o dobro dos assassinatos e as mortes nas estradas superam em oito vezes os homicídios", apesar de "grande parte da atenção pública se concentrar nos episódios de criminalidade", afirma o instituto de pesquisa.
Segundo o CENSIS, em 2007 houve 918 mortes no trabalho. A maioria ocorre por falta de respeito às normas de segurança na construção civil. "A Itália é o país europeu com maior número de mortes no trabalho", frisou o Censis. Na Alemanha, no mesmo período, foram 678 mortes, na Espanha, 662 e, na França, 593.
Por outro lado, os acidentes no trânsito provocaram, no mesmo ano, 5.669 mortes na Itália, 3.297 na Grã-Bretanha, 4.709 na França e 5.091 na Alemanha. O número de homicídios na Itália está diminuindo e é o mais baixo da Europa, afirma o Instituto. Segundo os dados do Censis, a Itália passou de 1.042 casos em 1995 para 818 casos em 2000, até chegar a 663 casos em 2006, uma redução de 36,4% em onze anos.
Em relação às capitais européias, as cidades italianas registram um número menor de homicídios. Em 2006, foram contados em Roma 30 casos, quase o mesmo que Paris, 29 casos, e menos do que Bruxelas, Atenas, Madri, Berlim e Londres.
O diretor do Censis, Giuseppe Roma, que apresentou o estudo, afirmou que a maioria das ações do governo tem como fim proteger a população da violência urbana e da criminalidade, mas é no trabalho e nos automóveis que ocorre o maior número de mortes. "Nos ambientes de trabalho e nas estradas faltam medidas adequadas para garantir a segurança plena dos cidadãos e as pessoas pensam que perder a vida em um acidente é apenas uma fatalidade, quando os dados mostram que não é assim", concluiu.