Um vazamento potencialmente perigoso de hidrogênio que obrigou a Nasa a cancelar na semana passada o lançamento do ônibus espacial Discovery pode ter sido causado por um lacre mal instalado, disse um porta-voz da agência espacial na quinta-feira.
"Eles estão analisando o lacre de voo, que não estava adequadamente alinhado", disse Allard Beutel em e-mail à Reuters.
A Nasa pretendia ter lançado o ônibus Discovery em 5 de novembro, para levar um módulo de armazenamento, peças de reposição e um robô à Estação Espacial Internacional. Mas um vazamento de hidrogênio gasoso num duto de ventilação foi detectado quando a nave estava sendo abastecida para decolar.
Depois disso, a Nasa descobriu uma grande rachadura na espuma de isolamento do tanque de combustível do ônibus espacial, o que provavelmente teria levado ao cancelamento do voo se o vazamento não tivesse sido notado.
A rachadura, inicialmente estimada em 18 centímetros, na verdade tinha cerca de meio metro. Os técnicos removeram a parte danificada e descobriram uma rachadura em uma estrutura subjacente.
A Nasa espera concluir os reparos até 30 de novembro, quando terá uma nova oportunidade de fazer o lançamento.
"Como vocês podem esperar, (a administração do programa) está permitindo que o trabalho dite o cronograma, e não o contrário", disse Kyle Herring, outro porta-voz da Nasa.
A agência avalia com cuidado a situação da espuma de isolamento térmico do tanque porque esse material provocou o acidente de 2003 com a nave Columbia, que matou sete astronautas.
Naquela ocasião, um pedaço da espuma se descolou na hora da decolagem, atingindo a asa esquerda da nave e provocando uma explosão no regresso à atmosfera, 16 dias depois.
O acidente levou à decisão de aposentar os ônibus espaciais, que farão ainda mais dois ou três voos até a Estação Espacial. Depois disso, a Nasa pretende desenvolver naves que viajem mais longe - eventualmente até Marte.
Os voos até a Estação Espacial devem ser terceirizados para empresas privadas. Enquanto isso não acontece, os EUA pagarão à Rússia para levar astronautas até a Estação, ao preço de 51 milhões de dólares por passageiro.
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