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Lançamento do foguete Atlas 5 em Cabo Canaveral | Nasa/Reuters
Lançamento do foguete Atlas 5 em Cabo Canaveral| Foto: Nasa/Reuters

Um foguete Atlas 5 decolou do Estado norte-americano da Flórida com um grupo de quatro satélites científicos da Nasa projetados para mapear explosões de energia e de partículas carregadas, lançados por campos magnéticos ao redor da Terra.

O foguete, com uma altura equivalente a um prédio de 20 andares foi construído e lançado pela United Launch Alliance, uma parceria com Lockheed Martin e Boeing, decolou às 22h44 de quinta-feira (12) da Estação da Força Aérea de Cabo Canaveral (23h44 no horário de Brasília).

No topo do foguete estavam quatro satélites idênticos projetados para voar simultaneamente em uma formação de pirâmide ao redor da Terra. As sondas foram posicionadas com sucesso em suas órbitas iniciais, menos de duas horas após o lançamento.

Cada satélite está equipado com 25 sensores para gravar detalhes em fração de segundos do que acontece quando as linhas do campo magnético do planeta se separam e se reconectam. Os dados provenientes das quatro sondas serão combinados para produzir mapas tridimensionais do processo.

A reconexão magnética, como o fenômeno é conhecido, é comum em todo o universo, mas mal compreendida. Os campos magnéticos são gerados por planetas, estrelas, galáxias, buracos negros e outros corpos celestes. Quando as linhas do campo se separam e se reconectam, partículas carregadas são enviadas ao espaço quase à velocidade da luz, a cerca de 300 mil quilômetros por segundo. No sol, a reconexão magnética libera labaredas, cada uma tão poderosa quanto um milhão de bombas atômicas. Tal atividade solar pode desencadear tempestades magnéticas e efeitos de aurora celeste na Terra.

A Nasa está gastando cerca de 1,1 bilhão dólares no projeto, conhecido como Sistema de Multiescala Magnetoférica, ou MMS, em um esforço para entender como a energia é gerada e liberada. Os satélites vão voar diretamente para as zonas de reconexão, de 70.811 a 152,888 quilômetros acima da Terra, e mapear o que acontece quando as linhas do campo magnético se realinham.

“A missão MMS irá realizar um experimento definitivo no espaço que vai finalmente permitir que compreendamos como funciona a reconexão magnética”, disse o pesquisador-chefe Jim Burch, do Instituto de Pesquisa do Sudoeste em San Antonio, Estado do Texas, em conversa com repórteres antes do lançamento.

A pesquisa pode ter alguns resultados práticos. Esforços para aproveitar a fusão nuclear em laboratórios foram frustrados pela reconexão magnética, que faz com que as temperaturas caiam nas câmaras de fusão. Pode também ajudar os meteorologistas a preverem tempestades solares perigosas, que poderiam derrubar redes elétricas na Terra e interromper os sinais de rádio, GPS e satélite. A previsão é que a missão dure dois anos.

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