Foguete Delta 4 decola da base de Cabo Canaveral| Foto: Steve Nesius/Reuters

Uma espaçonave dos Estados Unidos concebida para um dia levar astronautas a Marte caiu com precisão quase absoluta no oceano Pacífico nesta sexta-feira (5), finalizando um primeiro teste de voo não tripulado impecável ao redor da Terra.

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A cápsula Orion partiu a bordo de um foguete Delta 4 Heavy, o maior da frota norte-americana, pouco depois do amanhecer da Estação da Força Aérea do Cabo Canaveral, no Estado da Flórida. Três horas depois, chegou à altitude máxima de 5.800 quilômetros acima do planeta, um prelúdio da parte mais desafiadora do voo, um mergulho de volta à atmosfera a 32 mil quilômetros por hora.

A Orion sobreviveu à queda, alcançando uma temperatura de 2.200 graus Celsius - duas vezes mais quente que a lava vulcânica - e tolerando forças gravitacionais oito vezes mais fortes que as da Terra.

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Ao longo dos minutos seguintes, um total de 11 paraquedas foi acionado para frear a descida da cápsula, incluindo três paraquedas principais gigantescos que direcionaram a espaçonave para um pouso na água a 32 quilômetros por hora, 1.014 quilômetros ao sudoeste de São Diego, na Califórnia, às 11h29 pelo horário local.

"Acho que é um grande dia para o mundo, para as pessoas que conhecem e gostam do espaço", disse o administrador da Agência Espacial dos EUA (Nasa, na sigla em inglês), Charles Bolden, antes do lançamento.

O objetivo do teste de voo, que custou à Nasa cerca de 375 milhões de dólares, era verificar se o escudo anticalor de cinco metros, os paraquedas, o sistema de aviação e outros equipamentos da Orion funcionariam como planejado antes de a espaçonave receber os astronautas.

A Nasa vem desenvolvendo a Orion, assim como um novo foguete para grandes cargas, há mais de oito anos. O desenho do foguete mudou, e a Orion não somente sobreviveu ao cancelamento de um programa de exploração lunar chamado Constellation como se tornou o item principal de uma nova iniciativa espacial que pretende um dia conduzir astronautas a Marte.

A Nasa gastou mais de US$ 9 bilhões desenvolvendo a Orion, construída pela Lockheed Martin, que fará um segundo teste de voo, ainda sem tripulantes, em cerca de quatro anos.

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Uma terceira missão, planejada para aproximadamente 2021, irá incluir dois astronautas em um voo que irá lançar a cápsula ao redor da lua. Desde o fim do programa lunar Apollo, em 1972, os astronautas só voaram algumas centenas de quilômetros acima da Terra.