As negociações entre seis países sobre o fim do programa de armas nucleares da Coréia do Norte recomeçaram nesta quinta-feira, com mais esperança de progresso pelo menos sobre os primeiros passos depois dos encontros entre enviados norte-americanos e norte-coreanos no último mês.
Enviados das duas Coréia, dos Estados Unidos, do Japão, da Rússia e da China reúnem-se em um complexo afastado na região oeste de Pequim para tentar aliviar a tensão que levou o país comunista a realizar, há quatro meses, seu primeiro teste nuclear.
``Até agora, a desnuclearização da Coréia do Norte vem sendo conversa versus conversa. Agora é hora de entrar na fase de ação versus ação'', disse a repórteres o representante da Coréia do Sul, Chun Yung-woo.
O negociador dos EUA, Christopher Hill, disse que a sessão vai tratar de medidas específicas para avançar a declaração de 2005 que ofereceu concessões econômicas e de segurança à Coréia do Norte em troca do abandono das capacidades nucleares.
``Não quero dizer quais aspectos do acordo de setembro de 2005 estamos tentando implementar, a não ser que quando tivermos uma lista de ações - se tivermos - será vista como um passo muito sólido e positivo em direção à implementação'', disse Hill a repórteres.
O negociador-chefe da Coréia do Norte, Kim Kye-kwan, que participou de negociações inéditas com Hill em Berlim no mês de janeiro, disse à agência oficial de notícias chinesa Xinhua, antes de deixar Pyongyang, que ``não espera muito'' das negociações.
``Estamos preparados para debater os passos iniciais, mas o julgamento (das negociações) dever ter como base a disposição ou não dos EUA de abandonar sua política hostil contra nós e coexistir pacificamente'', disse Kim ao chegar a Pequim.
Os participantes rejeitaram esperanças de acordo imediato para a longa disputa nesta fase das negociações, que começaram em agosto de 2003 na capital chinesa.
Hill e autoridades em Washington negaram a reportagem do jornal japonês Asahi Shimbun dizendo que EUA e Coréia do Norte assinaram um memorando em Berlim em que Pyongyang concordaria em congelar seu reator nuclear de Yongbyon em troca de ajuda.
Mas a Coréia do Norte disse que foi feito ``um certo acordo'' em Berlim. Uma fonte diplomática na China disse que a reportagem do Asahi está correta, prevendo que as últimas negociações podem levar ao estabelecimento de grupos de trabalho para lidar com as diferenças em temas políticos, financeiros e de energia.
EXPECTATIVAS
A China, que tem relações há muito tempo, apesar dos problemas, com o vizinho e que tenta melhorar a ligação com Washington, espera sucesso na rodada.
Um jornal oficial chinês disse nesta quinta-feira que até mesmo progresso limitado será bem-vindo.
``As pessoas têm motivo para ter expectativas e otimismo em relação aos debates entre seis partes'', disse comentário da edição internacional do People's Daily. ``Se as negociações produzirem resultado, mesmo um pequeno passo adiante, serão boas notícias.''
A China não estabeleceu um calendário para os debates, mas o negociador-chefe do país, Wu Dawei, disse que podem durar três ou quatro dias.
As negociações devem concentrar-se no pedido para que Pyongyang congele as atividades na usina nuclear de Yongbyon, produtora de plutônio que pode ser usado em armas. Em troca, o país receberia garantias de fornecimento de eletricidade e combustível dos vizinhos.
Na sessão de dezembro, a Coréia do Norte concentrou-se na sua objeção às medidas adotadas pelos EUA contra suas atividades financeiras e o representante, Kim, não tinha autoridade para tratar de outros assuntos.
Hill disse estar mais confiante desta vez de que Kim terá como negociar.
``Isso foi um ponto de discussão em Berlim, e tenho todos os motivos para acreditar que ele terá (como negociar).''
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