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Negociadores chegam a consenso sobre volta de Zelaya

As equipes de negociadores em busca de uma saída para a crise política em Honduras alcançaram nesta quarta um acordo sobre o retorno ao poder do presidente deposto, Manuel Zelaya. O texto do consenso, porém, ainda não foi divulgado, disse Victor Meza, um representante do líder deposto. Ele reiterou que não diria se o texto acordado inclui ou não a restituição de Zelaya.

"Conseguimos um consenso sobre um texto único com relação ao ponto seis (que implica no retorno de Zelaya ao poder). Não posso falar do conteúdo do texto, pois descumpriria um compromisso que poderia incomodar a outra parte", declarou Meza.

O negociador disse ainda que o acordo estava sendo submetido à avaliação do presidente de facto, Roberto Micheletti, e revelou que estava se dirigindo à Embaixada do Brasil em Tegucigalpa, onde Zelaya está abrigado, para conversar com o presidente deposto sobre o consenso.

Negociadores ligados a Zelaya e ao governo golpista participam de encontros desde a semana passada em busca de uma solução para a crise iniciada com o golpe.

Zelaya foi destituído do cargo por militares em cumprimento a uma ordem da Suprema Corte do país. A ação foi uma resposta à insistência do presidente em realizar um plebiscito para mudar a Constituição e permitir sua candidatura à reeleição. Zelaya foi preso em casa e levado a uma base aérea, onde embarcou para a Costa Rica.

Os deputados de Honduras nomearam Roberto Micheletti, líder do Congresso, como novo presidente do país. Foi o primeiro golpe de Estado na América Central desde 1993, quando militares guatemaltecos derrubaram o presidente Jorge Serrano.

Mesmo com a pressão de países e entidades internacionais, como a Organização dos Estados Americanos (OEA), o governo de facto hondurenho recusava restituir Zelaya ao cargo. O presidente deposto, então, retornou secretamente a Tegucigalpa no dia 21 de setembro e se refugiou na Embaixada do Brasil.

As negociações continuaram baseadas no Pacto de San José. Formulada pelo presidente da Costa Rica, Oscar Arias, a proposta tem 12 pontos, dos quais oito tocam temas fundamentais e quatro dizem respeito a questões procedimentais. Entre os pontos que faltavam ser acertados, está a volta de Zelaya ao poder em Honduras.

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