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Néstor Kirchner acerta encontro com Chávez e Uribe para resolver crise diplomática

Presidente da Venezuela Hugo Chávez cumprimenta o colombiano Álvaro Uribe durante encontro em 2009 | AFP
Presidente da Venezuela Hugo Chávez cumprimenta o colombiano Álvaro Uribe durante encontro em 2009 (Foto: AFP)

O secretário-geral da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), Néstor Kirchner, viajará para a Venezuela no próximo dia 5 para conversar com o presidente Hugo Chávez sobre o rompimento das relações diplomáticas com a Colômbia. Nos dias 6 e 7, Kirchner estará na capital colombiana Bogotá, onde assistirá à posse do presidente eleito, Juan Manuel Santos, e conversará sobre a crise não apenas com Santos, mas também com o presidente que deixa o governo, Álvaro Uribe.

Esta será a primeira intervenção de Kirchner como secretário-geral da Unasul numa tentativa de intermediar e resolver uma crise regional. Fontes ligadas a Kirchner – que ainda não tem um porta-voz que fale publicamente em nome da Unasul – informaram que ontem (22) e também hoje (23) ele manteve conversas telefônicas com o presidente do Equador, Rafael Correa, que é presidente temporário da organização internacional. Kirchner também conversou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com outros dirigentes sul-americanos para coordenar ações que possam resolver rapidamente a crise.

Segundo informações da BBC Brasil, Correa afirmou hoje que vai convocar "o mais rápido possível" uma reunião de chefes de Estado da Unasul para mediar a crise entre a Venezuela e a Colômbia. De acordo com ele, a reunião é uma resposta ao pedido de urgência encaminhado pelo presidente venezuelano, Hugo Chávez. Correa está usando a função de presidente temporário para também intermediar soluções que possam reduzir o clima de tensão que se estabeleceu entre os dois países.

"[A reunião será] o mais rápido possível e podemos, obviamente, neste espaço, atender à solicitação do presidente Chávez e tentar ver como mediamos e resolvemos esse conflito lamentável", afirmou Correa.

O anúncio de Chávez sobre o rompimento de relações com o governo de Uribe foi feito depois que o embaixador colombiano na Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Alfonso Hoyos, acusou a Venezuela de abrigar 1.500 guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), mostrando, durante sessão extraordinária do órgão, fotografias, vídeos e testemunhos que seriam provas de sua acusação.

Especialistas em assuntos internacionais da Argentina acreditam que a intermediação de Néstor Kirchner na crise entre a Venezuela e a Colômbia será um teste para o secretário-geral da Unasul e para a própria instituição. Kirchner, ex-presidente da Argentina e atual deputado federal, também preside o Partido Justicialista e é acusado por seus adversários políticos de acumular cargos, mas de trabalhar pouco nas funções que ocupa.

Ele foi eleito em maio durante reunião de cúpula, em Buenos Aires. Na ocasião, Correa disse que os presidentes e chefes de Estado presentes ao encontro participavam de um momento histórico, "respondendo às exigências dos povos para a construção de uma América do Sul unida". A Unasul é composta por Argentina, Brasil, Uruguai, Paraguai, Bolívia, Colômbia, Equador, Peru, Chile, Guiana, Suriname e Venezuela.

De acordo com especialistas, encaminhar a mediação do conflito para o âmbito da Unasul deixa de lado os Estados Unidos – que também integra a Organização dos Estados Americanos (OEA) e é o principal aliado da Colômbia no continente. Em um comunicado enviado à presidência da Unasul, a Venezuela afirma que, considerando a presença de "bases militares estrangeiras [com presença americana] em território colombiano, esta nova agressão [a acusação de que a Venezuela abriga guerrilheiros das Farc] configura o cenário para uma escalada perigosa".

No próximo dia 6, Lula estará em Caracas para uma reunião bilateral com Chávez. Em seguida, no dia 7, ele irá para Bogotá, onde participa da posse do presidente eleito da Colômbia. Segundo interlocutores do governo, o presidente brasileiro quer buscar o diálogo com os dois presidentes para que se acabe com o impasse.

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