O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse na segunda-feira (4) que o Irã está se aproximando de ter uma arma nuclear, apesar das sanções e da pressão diplomática, e que é necessária "uma ameaça militar clara e convincente" para conter o programa iraniano.

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Falando via satélite a uma entidade pró-israelense dos Estados Unidos, Netanyahu deixou patente a sua impaciência com a estratégia de Washington em relação ao Irã, numa mensagem que pode ditar o tom para a sua reunião com o presidente Barack Obama durante sua visita deste mês ao Oriente Médio.

"Só as palavras não irão conter o Irã. Só as sanções não irão conter o Irã. As sanções devem ser acompanhadas de uma ameaça militar clara e convincente se a diplomacia e as sanções falharem", disse Netanyahu, sob intensos aplausos, ao Comitê Americano de Assuntos Públicos de Israel.

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Mas, apesar da retórica dura, Netanyahu não deu sinais de que Israel poderia agir precipitadamente contra o Irã, num momento em que as potências mundiais retomaram o diálogo com Teerã, e quando ele próprio está envolvido na delicada tarefa de formar um novo governo em Israel, depois do surpreendente avanço da centro-esquerda nas eleições de janeiro.

As declarações, no entanto, mostram que a nova rodada de negociações internacionais com o Irã, ocorrida na semana passada no Cazaquistão, não chegou a atenuar as preocupações de Israel.

Netanyahu repetiu sua tese de que o Irã está usando a negociação para "ganhar tempo" e manter seu programa nuclear.

O governo israelense já sinalizou a disposição de bombardear instalações nucleares iranianas se considerar que as opções pacíficas para neutralizá-las fracassaram. Netanyahu tem pressionado o governo Obama a definir limites rígidos a partir dos quais uma ação militar norte-americana seria considerada justificável.

O Irã insiste no caráter pacífico do seu programa nuclear, e diz ter o direito soberano de continuar enriquecimento material atômico para uso em suas usinas.

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Falando antes de Netanyahu no mesmo evento, o vice-presidente dos EUA, Joe Biden, garantiu que Obama "não está blefando" sobre a determinação norte-americana em impedir que o Irã obtenha armas nucleares. "Todas as opções, inclusive a força militar, estão sobre a mesa", afirmou.