“Clash of Clans”, jogo on-line no qual os participantes formam clãs| Foto: Foto: VESA MOILANEN/AFP/Getty Images

Visitei recentemente meu sobrinho de dez anos, Luca, e ele passou o fim de semana inteiro olhando o iPhone de sua mãe. Infelizmente, não estava se divertindo.

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Como milhões de outros garotos, Luca é obcecado por “Clash of Clans”, jogo on-line que envolve múltiplos participantes. Os jogadores se unem em grupos para formar uma comunidade, ou clã, e então atacam outros clãs para ganhar ouro e elixires.

O que torna o jogo irresistível, para alguns, é o fato de envolver grupos. “Clash of Clans” cria uma espécie de hierarquia social, com níveis diferentes ocupados por tropas, reis, rainhas e outros personagens. Os líderes têm o poder de excluir usuários e de promover ou rebaixar outros membros do clã.

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Minha irmã, Leanne Citrone, sabia que Luca vinha jogando o game no iPhone dela, mas não sabia muito sobre ele.

Porém, algumas semanas atrás, num evento ligado à escola, o pai de outro aluno a avisou que alguma coisa não estava indo bem no mundo on-line.

“Talvez você devesse ter uma conversa com Luca sobre ‘Clash of Clans’”, disse esse pai à minha irmã. “Ele anda rebaixando outros amigos.”

Minha irmã descobriu então que Luca era líder de um clã e tinha rebaixado um colega de classe. Ela conversou com Luca e pediu que ele reintegrasse o garoto. Luca o fez, mas a história não acabou ali.

Os colegas de Luca criaram um novo clã, e os novos membros não o deixaram entrar. Luca pediu várias vezes que o deixassem jogar, mas foi ignorado.

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Usuário quer privacidade, mas abdica dela

Que tal se os consumidores fossem capazes de controlar a maneira pela qual as empresas coletam e usam seus dados pessoais?Timothy Cook, presidente-executivo da Apple, recentemente fez um discurso apoiando essa ideia.

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As notícias sobre a revolta on-line viraram um tópico tão quente na escola que os professores tiveram que falar com a classe e explicar por que é errado excluir outros de seus clãs.

“Os padrões sociais do mundo real são reproduzidos no mundo on-line”, disse Caroline Knorr, editora de questões de pais e filhos no grupo sem fins lucrativos Common Sense Media. “Não é tão simples, não é apenas questão de dizer ‘então jogue outra coisa ou vá para outro servidor’. Os círculos sociais se formam em torno de certos jogos populares. As crianças chegam a encenar os games no playground da escola. Portanto, não fazer parte do grupo é sofrido.”

Knorr acha que os pais devem conversar com seus filhos e fazê-los entender que excluir colegas on-line pode ser uma forma de bullying.

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Jeremy Rosenthal, o pai que procurou minha irmã, comentou: “O que eu descobri com ‘Clash of Clans’ é que, devido à estrutura hierárquica, você pode excluir amigos ou criar um vínculo incrível com eles. O lado positivo é que você pode aprender tecnologia de maneira relativamente segura, já que só é possível bater papo com pessoas de seu clã, e o jogo ensina construção e estratégia. O lado negativo é que possibilita criar e implementar um tipo de bullying altamente hierárquico.”

Brian Crecente, editor de notícias do site de games Polygon, disse que passou por uma situação semelhante com seu filho de 14 anos e descobriu que, do mesmo modo como os pais ficam atentos para o que seus filhos fazem no playground, eles também devem monitorar os playgrounds on-line.

“É preciso lembrar ao seu filho que as regras não mudam simplesmente pelo fato de ele estar no computador”, disse Crecente.