Os dias de glória da Igreja do Espírito Santo ocorreram há anos, quando os católicos lotavam os bancos de madeira.

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A congregação diminuiu tanto que, em 2009, a igreja foi fechada. Mas num domingo brilhante em meados deste ano, a Espírito Santo estava novamente viva. Mary Matei, visitante de Knoxville, no Tennessee, tirava fotos com seu iPhone, enquanto Ann Cogar e Sue Koch, irmãs que moram nos arredores de Cleveland, admiravam vitrais e estátuas.

Elas estavam participando de um Mass mob, que mistura turnê histórica com acontecimento social. O movimento está trazendo milhares de católicos dos subúrbios para visitar igrejas frequentadas por seus pais e avós, e que hoje estão fechadas ou passam por dificuldades. Também está atraindo doações.

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Tomando seu nome emprestado dos Flash mobs — encontros espontâneos das multidões, muitas vezes em um lugar público, para fazer uma declaração política ou artística — os Mass mobs estão se espalhando pelo país e surpreendendo os líderes da igreja.

Incentivados pela mídia social, as coisas estão indo bem ao redor do lago Erie: em Detroit, cerca de duas mil pessoas aparecem para visitar igrejas que normalmente atraíam uma fração desse número. Centenas participaram em Buffalo, em Nova York, e muitos compareceram aos eventos aqui em Cleveland.

Os Mass mobs começaram em novembro passado em Buffalo, onde Christopher Byrd, de 47 anos, inspirou-se em uma iniciativa chamada cash mob, que tentava ajudar pequenas empresas locais pedindo que a população apadrinhasse uma determinada loja familiar em um determinado dia.

Da mesma forma, os Mass mobs visam atrair grandes multidões para uma única igreja em uma demonstração de apoio ao catolicismo e às belas — e muitas vezes carentes — igrejas.

"Há um desligamento das gerações entre o momento em que estas cidades se esvaziaram e definharam e os jovens que querem redescobrir essas raízes", disse Byrd.

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Embora a maioria das paróquias visitadas pelos Mass mobs ainda estejam abertas, várias dioceses permitiram a realização de cultos especiais em igrejas fechadas, incluindo a Espírito Santo, em Cleveland, que foi construída por imigrantes católicos vindos dos Cárpatos e é agora um centro cultural Católico-Bizantino.

"Queremos mostrar que essas paróquias têm valor — para quem faz parte delas, para a comunidade estendida e para a cidade em si", disse Stanislav Zadnik, de 54 anos, eletricista na cidade de Parma, em Ohio, que organizou o Mass mob de Cleveland. "Seria uma vergonha se todas acabassem".

Várias dioceses estão agora ajudando a promover Mass mobs através de seus jornais e mídias sociais, e alguns bispos estão abertamente apoiando o esforço, particularmente em Detroit, área metropolitana que perdeu a maioria dos católicos desde 1950. Um efeito colateral do fenômeno dos Mass mobs são as doações durante as visitas: um organizador do Mass mob de Detroit, Thom Mann, disse que os participantes haviam doado quase US$100.000 a seis igrejas visitadas até agora.

O Mass mob no Condado de Fairfield em Connecticut é o primeiro em uma diocese nos subúrbios; organizadores percebem que mesmo em uma área conhecida pela grande afluência, existem paróquias que podem fechar e católicos desconectados.

Elizabeth Davis, de 47 anos, de Harmony, na Pensilvânia, decidiu iniciar um Mass mob em Pittsburgh, depois de saber o que aconteceu em Buffalo.

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"Essas belas igrejas antigas foram construídas por nossos avós e bisavós, e vê-las fechando é realmente triste. Temos dois mil anos de tradição, e é hora de celebrar tudo isso", disse Davis.

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