Tocantes lições de vida surgem quando você menos espera e em qualquer idade. É o caso do mantra adotado pela blogueira Dominique Browning depois dos 60: “Sou velha demais para isso”.
Isso aplica-se tanto a tarefas físicas que o corpo já não consegue encarar como para a mente. “Passei anos me sentindo insegura com meu visual”, escreveu Browning no “The New York Times”. Agora, ela não permite mais ter pensamentos destrutivos.
Se ela por acaso ganha alguns quilos a mais, “não é nada de mais”. Ela também descobriu que está “velha demais para tentar mudar as pessoas”. Por isso, quando pessoas tóxicas ou “gente azeda e mimada” entram na sua vida, o que ela faz? “Simplesmente me afasto.” Essa forma de encarar as coisas é libertadora, escreveu: “Eu me poupo de muito sofrimento, e, como sabemos, já há sofrimento em excesso para precisar procurar por mais”.
Essa abordagem se aplica a qualquer idade, e o mesmo pode ser dito para uma revelação compartilhada pelo escritor Nick Bilton: devemos sempre fazer o melhor trabalho possível, porque nunca sabemos a importância que isso pode ter para outrem.
Ele aprendeu essa lição com um caso que envolveu Steve Jobs e uma garçonete, quando o cofundador da Apple fez questão de exigir que ela prestasse o melhor serviço que pudesse. Ela havia escolhido o trabalho de garçonete como sua profissão, e Jobs argumentou que ela deveria, portanto, “dar o melhor de si”.
Essa noção veio à mente de Bilton meses atrás, quando ele estava cuidando da sua mãe, que tinha câncer. Quando ela recebeu o prognóstico de que teria apenas duas semanas de vida, ele dedicou esse tempo para ser o cozinheiro dela, entregando-se de corpo e alma à tarefa.
Ela adorava camarão. Então, numa noite, quando ela estava com muita vontade, ele encomendou camarões de um restaurante tailandês das proximidades. Quando chegou para apanhar a comida, Bilton observou “uma dúzia de homens e mulheres freneticamente labutando sobre os fogões quentes, enquanto os ajudantes e garçons corriam para cima e para baixo”. Para os funcionários, aquele provavelmente parecia um dia qualquer. O que eles não sabiam é que a refeição que eles prepararam para a mãe de Bilton naquela noite acabaria sendo a sua última.
Claro que pedir a excelência alheia é mais fácil de falar do que de fazer, já que muitos trabalhos são tediosos. Parte do problema, escreveu o professor de psicologia Barry Schwartz, é que o trabalho muitas vezes está “estruturado sobre a premissa de que o fazemos só por necessidade”.
Não precisa ser desse jeito, argumentou ele, porque a maioria das pessoas prefere empregos que façam sentido. Os empregadores também se beneficiam, pois “locais de trabalho que oferecem trabalhos desafiadores, interessantes e significativos para os funcionários, e acima de tudo que permitem alguma iniciativa, são mais lucrativos do que locais que tratam os empregados como engrenagens”.
Ele propôs que os funcionários sejam mais ouvidos a respeito de como o trabalho deve ser feito, o que lhes garante oportunidades de aprendizado e crescimento. Acima de tudo, escreveu ele, deve ficar claro para cada funcionário como seu trabalho melhora a vida das pessoas —com a ressalva de que o trabalho deve, de fato, melhorar a vida das pessoas.
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