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Fazendeiros como Ulf Ekholm, acima, em Olmhult, Suécia, temem por suas carneiros | David Magnusson/The New York Times
Fazendeiros como Ulf Ekholm, acima, em Olmhult, Suécia, temem por suas carneiros| Foto: David Magnusson/The New York Times

Cercas elétricas rodeiam carneiros, dois cães montam guarda e um vizinho monitora a floresta adjacente com uma câmera de segurança.

Às vezes, a proximidade dos lobos faz os fazendeiros desta região da Suécia, chamada Varmland, se sentirem como que sitiados, disse Ulf Ekholm. Ele tem até um apelido para esta parte do interior sueco: Predatorland —“terra dos predadores”.

Muito depois de seu desaparecimento da região, o lobo está de volta —e sua presença provoca uma intensa disputa. A fazenda de Ekholm, na aldeia de Olmhult, fica na linha de frente da batalha que coloca fazendeiros e caçadores contra ambientalistas e autoridades europeias.

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Outrora caçado sem piedade, o lobo hoje é uma espécie protegida, e seu retorno provoca intranquilidade da Finlândia à França.

Na Suécia, a população de lobos ainda é relativamente pequena —cerca de 415, segundo o governo, que indeniza os agricultores por prejuízos causados por ataques dos animais e subsidia a construção de cercas de proteção. No entanto, os agricultores afirmam que a indenização não cobre todos os custos ou compensa a ansiedade e a perturbação causadas em suas vidas.

Os caçadores dizem que os lobos estão matando animais como os alces, prejudicando as tradições de caça e assustando as pessoas que vivem no campo.

Quando a Suécia realizou sua mais recente eliminação seletiva, de 44 lobos, recebeu a última de uma série de cartas de advertência da Comissão Europeia, o órgão executivo da União Europeia. As autoridades europeias dizem que sua função é aplicar as leis que garantem a sobrevivência de espécies raras —regras que a Suécia e outros países acataram.

A UE critica o modo como a Suécia conduziu as recentes caçadas anuais a lobos. Segundo a organização, o país não considerou alternativas e não mostrou que a eliminação seletiva não representa uma ameaça à sobrevivência em longo prazo da população de lobos.

Magnus Bergstrom, vice-diretor do Ministério do Meio Ambiente e Energia da Suécia, afirma que a população de lobos é extremamente bem monitorada e que a seleção visa animais com genes fracos.

“Temos DNA de cerca de 90% dos lobos”, disse. “Em geral se diz que esta é a população de lobos mais bem monitorada do mundo ocidental.”

Isto não tranquiliza Per Dunberg, porta-voz da Associação de Lobos da Suécia, que diz que, para ser sustentável, a população dos animais deveria ser de 1.500 a 3.000 indivíduos.

“É um predador importante, e muitas outras espécies dependem do lobo, como as aves e as raposas”, disse Dunberg, que acusou as associações de caçadores de disseminar o alarme.

Em Varmland, há uma crescente frustração com a União Europeia. Em sua fazenda na aldeia de Lindas, Elsa Lund Magnussen afirmou que a questão tem a ver em parte com a democracia. “As pessoas que vivem aqui e têm problemas com os lobos deveriam estar no processo de decidir com quantos animais podemos lidar”, disse ela.

Segundo Gunnar Gloersen, diretor da associação de caçadores da Suécia, Svenska Jagareforbundet, a caça —uma antiga e importante tradição em Varmland— hoje está ameaçada.

O retorno do lobo teve um “enorme impacto” na população de alces, afirmou Gloersen, acrescentando que os caçadores mataram 17.500 alces em Varmland em 1983, mas apenas 4.200 em 2014 —pouco mais que os cerca de 4.000 mortos por lobos.

Em sua fazenda em Olmhult, Ekholm explicou que cerca de 50 animais foram mortos em ataques a duas fazendas próximas no ano passado. “Estamos esperando por um ataque”, disse Ekholm. “Vai acontecer.

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