O governo da Nigéria proibiu que seja levado para o país de cadáveres vindos nações afetadas pela epidemia de ebola na África Ocidental para evitar a propagação do vírus no país, publicou neste sábado.
As autoridades nigerianas anunciaram a proibição da entrada de cadáveres após ser divulgado que um corpo chegou de avião vindo da Libéria até um necrotério do estado nigeriano de Anambra, no sudeste do país, através do Aeroporto Internacional Murtala Mohammed, em Lagos.
O departamento de saúde tenta identificar agora todas as pessoas que entraram em contato com o corpo e o acompanharam pela estrada de Lagos até Anambra, explicou na sexta-feira o diretor do Centro de Controle de Doenças da Nigéria (NCDC), Abdulsalami Nasid, em entrevista coletiva.
"O corpo entrou ao país pela Air Gambia. Foi recebido em Lagos em 21 de julho. Dali foi transportado por rodovia e recebido em um necrotério privado", disse.
O ministro afirmou que "em virtude da norma aprovada pelo governo federal, já não iremos receber nenhum cadáver do litoral de África Ocidental, especialmente da Libéria e dos outros países em alerta vermelha para o vírus do ebola".
O estado de Anambra informou que os testes iniciais feito no corpo sugerem que ele não morreu de ebola.
As autoridades de Lagos pediram que o executivo federal fechasse algumas passagens fronteiriças do país para conter a expansão da doença, que já matou 729 pessoas desde o início do surto, em março.
"O vírus já não é um problema local, mas internacional", advertiu o governador do Estado de Lagos, Babatunde Fashola.
Fashola justificou a cremação do corpo do cidadão americano que voou da Libéria para a Nigéria e morreu de ebola em um hospital de Lagos, já que a doença é transmitida através dos fluidos corporais, também de pessoas mortas.
Ele garantiu que todos os nigerianos que entraram em contato com o americano deram negativo nos testes de diagnóstico do vírus.
O ebola - transmitido por contato direto com o sangue e fluidos corporais de pessoas ou animais infectados, causa hemorragias graves e sua taxa de mortalidade chega aos 90%.
Esta é a primeira vez que se identifica e confirma uma epidemia de ebola na África Ocidental, os outros surtos haviam acontecido na África Central. EFE
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