Autoridades norte-americanas acusaram formalmente no sábado (26) um nigeriano por tentar explodir um avião comercial nos Estados Unidos e estavam investigando suspeita de ligação com a rede Al Qaeda.

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O suspeito, que está recebendo tratamento para queimaduras em um hospital de Michigan, foi dominado por passageiros e pela tripulação em um avião da Delta Air Lines, em voo procedente Amsterdã no dia de Natal.

O Departamento de Justiça identificou o suspeito como um nigeriano de 23 anos, chamado Umar Farouk Abdulmutallab, e o acusou de tentar explodir um avião ao acender um dispositivo explosivo amarrado ao seu corpo.

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"Se essa tentativa de destruir um avião tivesse sido bem-sucedida, um grande número de pessoas inocentes teria morrido", disse o secretário de Justiça dos EUA, Eric Holder, em comunicado.

"Continuaremos investigando esse assunto com rigor e usaremos todas as medidas disponíveis para nosso governo assegurar que qualquer responsável por essa tentativa de ataque seja levado à Justiça."

As acusações foram lidas a Abdulmutallab durante uma audiência no hospital, da qual ele participou em uma cadeira de rodas. Outra audiência será realizada na segunda-feira, em uma corte federal em Detroit. Não haverá possibilidade de pagamento de fiança até uma nova audiência em 8 de janeiro.

Uma análise inicial do FBI descobriu que o dispositivo continha PETN, também conhecido como tetranitrato de pentaeritritol, um dos explosivos levados por Richard Reid em sua tentativa fracassada de explodir um avião comercial dos EUA dias antes do Natal de 2001 e meses após os ataques de 11 de Setembro.

Citando autoridades norte-americanas, o jornal The Wall Street Journal afirmou que o nigeriano disse a investigadores que membros da Al Qaeda no Iêmen forneceram o dispositivo e o ensinaram a detoná-lo.

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Em Lagos, Abdul Mutallab, filho de um importante banqueiro, disse à Reuters que o suspeito é seu irmão. Um amigo da família afirmou que Abdulmutallab fez duas viagens ao Iêmen para pequenos cursos de árabe.

O jornal nigeriano This Day citou membros da família dizendo que o pai do suspeito, Umaru Mutallab, presidente aposentado do Firts Bank of Nigeria, não gostava da "visão religiosa extremista" do filho e alertou a embaixada dos EUA e agências de segurança nigerianas sobre ele há seis meses.

O governo dos EUA registrou Umar Farouk Abdulmutallab no ultimo mês num banco de dados da inteligência, mas o nome dele não estava em uma lista de pessoas proibidas de viajar de avião, disse uma autoridade norte-americana.

Passageiros e tripulantes afirmaram que Abdulmutallab passou cerca de 20 minutos no banheiro do avião na aproximação a Detroit e cobriu-se com um cobertor após retornar a sua poltrona, segundo o Departamento de Justiça.

Eles então ouviram estalos e sentiram um forte cheiro. Alguns viram as calças do suspeito e a parede do avião em chamas. Quando perguntado por uma comissária de bordo o que ele tinha em seu bolso, ele respondeu "um dispositivo explosivo".

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O dispositivo continha um pacote de pólvora de 15 centímetros e uma seringa com um líquido, que foi costurada nas roupas íntimas do suspeito, de acordo com informações da imprensa.