O nacionalista Ollanta Humala e a congressista Keiko Fujimori começavam ontem negociações de possíveis alianças políticas para dar início à elaboração de suas estratégias para o segundo turno das eleições presidenciais no Peru, marcado para 5 de junho.
Logo após a divulgação dos primeiros resultados na noite de domingo, tanto Humala quanto Keiko expressaram sua disposição ao diálogo na busca de consensos. Humala disse até que estaria disposto a fazer "muitas concessões" para chegar a um governo de unidade e, ontem, afirmou que estava disposto a conversar com "todos os partidos políticos". "Chamamos todas as forças sociais e trabalhistas que queiram se juntar a esta convocatória", disse Humala.
Ontem, enquanto a propaganda eleitoral dos candidatos derrotados era removida das ruas de Lima, fontes ligadas ao Gana Perú, partido de Humala, já buscavam figuras respeitadas na política para a formação de um possível gabinete.
O porta-voz da legenda, Daniel Abugattás, disse ao jornal Peru.21 que Humala assumiria um discurso mais moderado acompanhado de gestos como a aproximação de Beatriz Merino, ex-primeira-ministra durante o governo de Alejandro Toledo, a quem teria oferecido o mesmo cargo em um eventual gabinete nacionalista.
"A tendência agora é que Humala tente se aproximar de pessoas com um histórico de respeito à democracia, com uma inclinação mais à direita, mas que acreditam em seu modelo nacionalista", afirmou à reportagem a analista política Jacqueline Fowks. "Outra aliança possível seria entre Humala e o partido Perú Posible, de Toledo."