O Prêmio Nobel da Paz concedido a Al Gore e ao comitê para o clima das Nações Unidas na sexta-feira deve representar um estímulo às tecnologias de energia alternativa, que estão em seu melhor ano, dizem especialistas.

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O prêmio poderá causar mudanças no setor energético, dominado pelo carvão, petróleo, gás natural e energia nuclear.

"É uma revolução silenciosa", disse Sarah Emerson, diretora administrativa da empresa de análise de marcado norte-americana Energy Security Analysis Inc, que há décadas vem aconselhando seus clientes sobre os combustíveis fósseis.

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"O prêmio de Gore a torna um pouco mais barulhenta."

O filme ganhador do Oscar "Uma Verdade Inconveniente" e o livro homônimo escrito por Gore, ao lado do relatório do Comitê Intergovernamental para a Mudança Climática da ONU, realizado este ano, salientaram a ameaça do aquecimento global e afirmaram que os gases poluentes da economia baseada na emissão de gás carbônico são os responsáveis pelo fenômeno.

Eles também frisaram que os setores emergentes de biocombustíveis, energia eólica e energia solar, além do uso de lâmpadas fluorescentes, poderiam, ao longo de décadas, limitar a produção de gases causadores do efeito estufa.

As tecnologias ainda têm chão pela frente antes de começarem a reverter os efeitos nocivos dos gases poluentes. Os dois maiores emissores de gases do efeito estufa do mundo, Estados Unidos e China, têm planos de construir centenas de usinas de energia alimentadas por carvão, o maior emissor de dióxido de carbono causador do efeito estufa.

"Gore ajudou muita gente a ver como é drasticamente importante que enfrentemos a crise climática," disse Ted Nordhaus, consultor de grupos ambientais, em entrevista.

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"Agora, ele e nós precisamos definir uma agenda enfocada na construção da nova economia energética, e não apenas destroçar a velha economia energética," disse Nordhaus, autor de "Break Through" ("Avanço," em tradução literal), um livro sobre meios de enfrentar o aquecimento global.

Nos EUA o maior consumidor de energia do mundo, fontes renováveis geraram apenas 3 por cento de toda a eletricidade em julho deste ano, de acordo com a Administração de Informação Energética dos EUA.