A vencedora iraniana do Prêmio Nobel da Paz, Shirin Ebadi, disse nesta quarta-feira que uma revolta popular semelhante àquelas que vêm ocorrendo no mundo árabe irá ocorrer em breve em seu país, impulsionada pela pobreza e a forte opressão dos líderes islâmicos contra seus críticos.

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Mas Ebadi, uma advogada de defesa para dissidentes iranianos, disse que ativistas de direitos humanos queriam uma transição pacífica para evitar um derramamento de sangue semelhante ao ocorrido na Líbia. Ela vive fora do Irã desde 2009, mas ainda tem parentes próximos morando no país.

"Com a menor brisa, poderia haver uma conflagração", disse ela em entrevista coletiva, durante reunião do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas, onde os países do Ocidente buscam a abertura de uma investigação contra o Irã.

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"Com relação ao que poderia desencadear o processo e quando, é difícil prever. Mas posso dizer com certeza que não irá demorar", afirmou.

Relatos vindos do Irã - o segundo maior produtor de petróleo da Opep depois da Arábia Saudita - contam que as autoridades agiram com firmeza para prevenir a ocorrência de protestos populares semelhantes àqueles que derrubaram os presidentes da Tunísia e do Egito e que conduziram a Líbia praticamente a uma guerra civil.

Forças de segurança atiraram gás lacrimogêneo em Teerã na noite de terça-feira para dispersar manifestantes contrários ao governo, e os dois principais líderes da oposição - Mirhossein Mousavi e Mehdi Karoubi - desapareceram, segundo suas famílias.

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