Aquecimento global
União Europeia critica Washington de não cumprir meta climática
Reuters
A União Europeia e pequenos países insulares criticaram ontem os Estados Unidos por se afastarem de uma meta estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) para limitar o aquecimento global para abaixo de 2 graus Celsius.
Eles pediram que os cerca de 200 governos se atenham à meta, uma das poucas aprovadas internacionalmente para o ambiente, embora o enviado dos EUA para o clima, Todd Stern, tenha dito que ela é impraticável.
"Os líderes mundiais comprometeram-se em Copenhague a ficar abaixo do aumento de 2ºC na temperatura. O que os líderes prometeram agora precisa ser cumprido", afirmou o porta-voz da Comissão Europeia, Isaac Valero-Ladron, sobre as decisões tomadas durante a cúpula climática de 2009 na capital dinamarquesa.
A presidente da Aliança dos Pequenos Estados Insulares (Aosis, na sigla em inglês), Marlene Moses, acusou o governo norte-americano de conter a ambição para as negociações climáticas da ONU e afirmou que isso era "especialmente preocupante em meio a uma das piores secas da história do país".
A Aosis teme que alguns de seus Estados membros sejam afetados por tempestades, erosão e elevação do nível das marés.
O mês de julho foi o mais quente nos EUA desde o início da medição, em 1895, batendo o verão de 1936, que ficou conhecido como "Dust Bowl". As informações foram divulgadas ontem pela Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA, na sigla em inglês).
A grande seca do "Dust Bowl" arrasou a agricultura das pradarias dos Estados Unidos na década de 1930, agravando a crise econômica da época e a Grande Depressão.
Julho também foi o mês mais quente nos últimos 12 meses, batendo o recorde atingido há um mês atrás, de acordo com o NOAA.
De acordo com o relatório, a temperatura média em julho nos 48 estados americanos foi de 77,6 graus Farenheit (25,3ºC), o que representa 3,3 graus Farenheit (1,7ºC) acima da média do século 20. O verão de 1936, o mais quente anteriormente, teve média de 77,4 graus Farenheit (25,2ºC).
Plantações
Além do recorde de calor, a seca tomou cerca de 63% dos 48 estados, segundo o NOAA. As piores condições estão no meio-oeste americano, onde ficam 75% das plantações de milho e outros grãos.
Analistas dizem acreditar que a seca a pior desde 1956 resultará na pior safra de grãos em seis anos, o que causará alta nos preços.
Os preços do milho e da soja atingiram altas recorde no final de julho com a piora da seca, diminuindo a produtividade das lavouras. Os preços para ambos os grãos têm, desde então, caído ligeiramente, devido ao retomo das temperaturas mais amenas, acompanhadas pelas chuvas.
O calor intenso e a seca reduziram as perspectivas da safra de milho dos Estados Unidos para uma mínima de cinco anos. A oferta de milho no próximo ano deve cair para seu menor nível em quase 20 anos.
O presidente Barack Obama pediu ao Congresso a aprovação de uma lei que liberaria ajuda emergencial para produtores rurais atingidos, principalmente no Meio-Oeste do país.