Nova York respirava aliviada neste domingo (28) depois que Irene passou já transformada em uma tempestade tropical que, apesar de chegar com fortes ventos e causar inúmeras inundações, não provocou nenhuma vítima na cidade.
"O pior passou", declarou o prefeito Michael Bloomberg em seu primeiro pronunciamento deste domingo, no qual afirmou que os piores danos causados por "Irene" foram as inundações, mas destacou que ainda é "muito cedo" para avaliar os prejuízos concretos.
Bloomberg lamentou "as graves consequências" das inundações, assim como da queda de centenas de árvores e dos cortes de eletricidade produzidos em inúmeros pontos da cidade. No entanto, se disse "aliviado e agradecido" porque o temporal não deixou "nenhum morto e nenhum ferido".
"Como antecipamos, 'Irene' causou inúmeras inundações nos cinco distritos da cidade e agora esperamos que, com a maré baixa, as áreas alagadas se recuperem à medida que passem as horas", indicou o prefeito, que detalhou que um dos pontos mais afetados foi o baixo Manhattan, onde as águas do Hudson e o East River ultrapassaram as contenções e inundaram as ruas.
O governante destacou as consideráveis inundações em Staten Island, onde foram resgatadas 64 pessoas ameaçadas pelas cheias, assim como problemas em praias dessa mesma região, do Brooklyn - onde uma das estradas estava inundada - e de Queens, além do Bronx, "onde há praias e parques cobertos de água".
Além disso, os efeitos mais visíveis de "Irene" estão nas ruas e parques da cidade, onde há milhares de árvores derrubadas pelos fortes ventos e água deixada pela tempestade, que bloqueiam algumas das vias da cidade, além de ter provocado danos em inúmeros veículos estacionados.
"Mantenham-se afastados das áreas inundadas", insistiu o prefeito, que reconheceu que a cidade ficou "em boa forma" após "Irene" devido "às medidas adotadas antecipadamente", como o deslocamento obrigatório e a suspensão do transporte público, que muitos questionavam neste domingo se não haviam sido exageradas.
"A segurança vem em primeiro lugar", disse Bloomberg, que indicou que agora os esforços da cidade focam-se na retomada dos serviços de ônibus, trens e metrô para facilitar o retorno dos deslocados a suas casas.
O prefeito afirmou que a cidade já disponibilizou 20 ônibus para levar os deslocados a seus locais de procedência, mas pediu paciência a eles e a todos os cidadãos.
De fato, será a rede de ônibus a primeira a voltar a funcionar, segundo explicou nessa mesma conferência Jay Walder, presidente e executivo-chefe da Autoridade Metropolitana de Transporte (MTA, na sigla em inglês).
"O bom é que o pior temor que tínhamos não se cumpriu, que era que os túneis que ficam abaixo dos rios fossem inundados, mas não podemos reabrir o serviço até regularmos tudo, porque colocaríamos os passageiros em perigo", afirmou Walder.
O responsável da MTA manifestou que graças ao fechamento do transporte público implementado ao meio-dia do sábado, os trens e ônibus se encontram em bom estado, embora haja áreas da cidade, como o bairro do Brooklyn, onde não há nenhum trem neste momento.
O prefeito, que confirmou que as bolsas de valores abrirão normalmente nesta semana, também não forneceu detalhes mais concretos a respeito do retorno do serviço de metrô e reconheceu: "Chegar ao trabalho na segunda-feira será algo bem difícil".
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