O reforço na segurança dos voos com destino aos Estados Unidos, que inclui uma segunda inspeção individual dos passageiros, elevou em 20 minutos, em média, o tempo para o procedimento de embarque nos aeroportos internacionais brasileiros. As medidas só não causaram atrasos nas decolagens porque as companhias aéreas passaram a iniciar o procedimento de embarque com antecedência. Passageiros que vão viajar para os EUA devem chegar meia-hora mais cedo para o check-in.
A intensificação nas normas de segurança foi determinada pelo Transportation Security Administration (TSA), órgão que regula a segurança no transporte aéreo norte-americano após o atentado frustrado do dia 25. Mas, nos terminais brasileiros de embarque internacional, a primeira revista de segurança é de responsabilidade da Infraero, estatal que administra os aeroportos no país. A segunda inspeção, mais restritiva com inspeção de sapatos e pertences pessoais dos passageiros vem sendo executada pelas próprias companhias aéreas na ponte de acesso à aeronave, momentos antes do embarque. As diretrizes de segurança antes do ingresso na aeronave incluem a inspeção de todos os passageiros com detector de metais manual, além de revista de todos os pertences de mão levados a bordo.
Durante o voo, a normativa do TSA estabelece que a tripulação fica proibida de informar aos passageiros, enquanto a aeronave sobrevoar o espaço aéreo dos EUA, a respeito de sua posição sobre cidades norte-americanas. Além disso, passageiros devem permanecer sentados durante a última hora antes da aterrissagem e quando solicitados pela tripulação.
A autoridade norte-americana proibiu o uso de aparelhos de comunicação como telefone, internet, GPS e tevê ao vivo, antes do embarque e durante todas as fases do voo, que não sejam parte integrante da aeronave.
De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a execução e o cumprimento destes procedimentos são de responsabilidade das próprias empresas, que são obrigadas a cumpri-los de acordo com as normas do órgão regulador dos EUA. A Anac informa ainda que, até o momento, não estuda adotar essas medidas adicionais de segurança para todos os passageiros em voos domésticos ou internacionais no Brasil. Segundo a Agência, essa iniciativa só seria adotada por determinação da Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO, na sigla em inglês).
Segundo a Anac, partem diariamente do Brasil cerca de 30 voos com destino aos EUA. As principais companhias com voos diretos ao país são TAM, Continental, Delta, US Airways, American e United.