Três suicidas, entre eles uma mulher-bomba, atacaram nesta sexta-feira uma delegacia em Peshawar, no noroeste do Paquistão, matando pelo menos 13 pessoas. No lado oposto do front paquistanês, aviões militares bombardearam redutos do Taleban em vilarejos nas montanha do Waziristão do Sul, na fronteira com o Afeganistão.
O atentado em Peshawar é o mais recente de uma onda de ações violentas do Taleban - nove ataques já deixaram mais de 150 mortos em 11 dias. É um alerta do grupo insurgente ao Exército, que promete lançar uma grande ofensiva contra os rebeldes na fronteira com o Afeganistão.
Investigações preliminares indicam que o Taleban está por trás do ataque de hoje, reforçando a tese de que o grupo estaria se aliando a milícias locais, ampliando a ameaça as forças de Islamabad.
Segundo o chefe da polícia local, Liaquat Ali Khan, um dos suicidas entrou na delegacia com um carro-bomba, seguido por um homem e uma mulher a bordo de uma moto. A mulher saltou do veículo e correu para o dormitório, enquanto o homem jogou a moto contra o carro-bomba, provocando uma grande explosão.
Em seguida, os policiais atiraram na suicida, fazendo com que os explosivos que ela carregava junto ao corpo fossem detonados. O uso de uma mulher-bomba é extremamente raro no país e pode indicar uma nova tática dos extremistas para driblar a segurança Em 2007, uma mulher detonou os explosivos que carregava perto de uma escola cristã em Peshawar, sem deixar vítimas.
A explosão de hoje destruiu parte da delegacia e de uma mesquita vizinha. "Entre os 13 mortos, estavam três policiais, uma mulher e duas crianças", afirmou o policial Gul Khan. Ao menos 15 pessoas ficaram feridas com a explosão.
O atentado ocorreu um dia após militantes lançarem ataques coordenados em Peshawar, Lahore (leste) e Kowat (oeste), que no total deixaram 40 mortos.
Nesta sexta-feira, líderes do governo e do Exército paquistanês se reuniram em Islamabad para discutir detalhes da ofensiva que será lançada no Waziristão do Sul, principal reduto taleban. Após o encontro, o ministro da Informação, Qamar Zaman Kaira, disse que o país "tomará todas as providências para erradicar o terrorismo".
Os EUA esperam que a operação ajude a minar a rede de militantes que ameaça tanto o Paquistão como as tropas americanas do outro lado da fronteira, no território afegão.
Washington está pressionando Islamabad para endurecer o combate ao Taleban, no momento em que o presidente Barack Obama avalia a possibilidade de enviar mais 40 mil soldados para o conflito no Afeganistão.
Kaira não informou quando a ofensiva terrestre terá início, mas já se sabe que ela incluirá 28 mil soldados. Mais de 80 mil civis já fugiram do Waziristão do Sul com medo da ofensiva.