Um homem-bomba matou 24 pessoas no Paquistão nesta quinta-feira (26), no ataque militante mais recente desde a morte de Osama bin Laden que revoltou o Paquistão e levou a um chamado para que os Estados Unidos retirem parte de seus militares do país.
A morte de Bin Laden por forças especiais dos EUA em uma cidade paquistanesa no começo de maio desencadeou uma onda de ataques de militantes e também provocou uma divisão acentuada na confiança entre os aliados Paquistão e Estados Unidos.
Um homem-bomba suicida detonou explosivos diante de uma delegacia de polícia em Hangu, no noroeste do Paquistão, um dia depois de um ataque semelhante ter destruído uma delegacia na cidade de Peshawar.
"Estamos tentando remover os escombros, e teme-se que haja pessoas presas debaixo deles", disse à Reuters por telefone Adil Siddique, funcionário governamental em Hangu.
A polícia disse que os mortos podem passar de 24, já que muitos dos 45 feridos se encontram em estado grave.
Militantes do Taliban paquistanês, aliados à Al Qaeda, reivindicaram a autoria do ataque. Eles juraram vingança pela morte de Bin Laden.
A operação que matou Bin Laden em sua residência em Abbottabad, 50 quilômetros ao norte de Islamabad, intensificou os questionamentos dos EUA sobre o papel possivelmente exercido pelo Paquistão em abrigar militantes, elevando as tensões em um relacionamento que já era frágil.
Mas muitos paquistaneses viram a operação militar secreta norte-americana como violação de sua soberania, e alguns deputados vêm pedindo a revisão dos laços com Washington -- que dá ao Paquistão bilhões de dólares para ajudar o país na guerra contra militantes islâmicos.
O Paquistão informou aos EUA na última semana que não precisará mais que treinadores militares norte-americanos aconselhem tropas paquistanesas, de acordo com o Pentágono.
Autoridades paquistanesas disseram que essa decisão foi tomada apenas três dias após a morte de Bin Laden.
Ao mesmo tempo em que procuram respostas para as perguntas relativas aos movimentos de Bin Laden, os EUA estão ansiosos por impedir uma quebra completa das relações com um aliado cuja ajuda é vista como sendo essencial para os esforços de estabilizar o vizinho Afeganistão.
"Temos um conjunto de expectativas que esperamos que o governo paquistanês atenda, mas quero ressaltar, concluindo, que o Paquistão não tem estado à margem dos esforços," disse a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, em coletiva de imprensa em Paris.