Num dos momentos mais difíceis para a Igreja nos últimos anos, Curitiba ganha hoje um terceiro bispo auxiliar que se mostra bastante preocupado com os recentes escândalos de pedofilia e com a identificação de possíveis agressores durante o preparo dos sacerdotes. Monsenhor Rafael Biernaski, curitibano que passou 22 anos em Roma, será ordenado na Catedral Basílica Menor, no centro de Curitiba, às 19 h, e trabalhará ao lado do arcebispo dom Moacyr Vitti.

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"O problema (da pedofilia) deve ser detectado dentro das possibilidades e com todo o esforço no processo formativo. A Igreja deseja agora intensificar esse aspecto porque vive uma crise de credibilidade", disse à Gazeta do Povo na tarde de ontem.

O arcebispo de Salvador, dom Geraldo Majella, que veio a Curitiba para a ordenação de Biernaski, con­­­­corda que é necessário que os formadores estejam atentos aos sinais revelados pelo candidato a padre, mas pede cuidado para a ge­­neralização do problema. "No mundo todo há 400 mil sacerdotes, e os ca­­­­sos de pedofilia atingem menos de 1%. Já no âmbito familiar, atingem mais de 10%", disse à reportagem. Independentemente do número de casos, ele afirma que é responsabilidade da Igreja investigá-los. Arcebispo primaz do Brasil, dom Ma­­jella pondera que os processos começam nas dioceses, e não serão todos os casos que são enviados a Roma.

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Com relação ao futuro da Igreja, o novo bispo auxiliar de Curitiba acredita que, como em outras crises da história, "Deus suscitará testemunhos autênticos e transparentes que renovem a credibilidade da fé e da mediação" dos sacerdotes.